A Food To Save nasceu com a ideia de transformar a cultura do desperdício de alimentos no Brasil. Na prática, comidas próximas da data de validade ou produtos perecíveis que seriam jogados fora por não terem sido comprados no dia são organizados em uma “Sacola Surpresa” e vendidos com até 70% de desconto pelo app da startup.
Presente em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília, a foodtech possui atualmente mais de 4 mil estabelecimentos e 2 milhões de consumidores cadastrados no marketplace. Os planos envolvem continuar a crescer, investindo em tecnologia e no time, principalmente depois de captar, em outubro, um seed de R$ 14 milhões em rodada liderada pela DSK Capital, com participação das gestoras Spectra e HiPartners.
“Fico muito feliz e me sinto privilegiado de empreender frente a uma solução pela qual sou apaixonado, não só como empresário, mas que eu consiga transformar a sociedade. O que eu quero é chegar lá na frente e ver que valeu a pena impactar tantas pessoas”, afirmou Lucas Infante, CEO e cofundador da Food To Save, em entrevista para o Startups, no novo episódio do podcast MVP.
Questionado se a pauta ESG em si é um desafio para a startup se sustentar e atrair novos investidores, ou seja, uma moda passageira, como muitos consideram, Lucas acredita que não. “A prática ESG tomou uma proporção muito grande após a pandemia e muita gente já tinha a adotado bem antes dessa febre, inclusive indústrias de alimentação. A questão é como conectar outras empresas e setores para deixar de ser uma onda. Vejo com muitos bons olhos a maneira como a sociedade vem se transformando em relação a isso”, reflete.
Por trás das conquistas, muitos perrengues
Mas, nem tudo são flores. Segundo Lucas, os perrengues e desafios continuam até hoje e o maior desafio da startup não é a complexidade da operação em si, em ganhar escala, e sim a questão de mudar o pensamento tanto de estabelecimentos alimentícios como da sociedade, que ainda estão acostumados a desperdiçar alimentos.
O CEO reforça que empreender é muito solitário, uma trajetória que envolve todas as dores, choros, dívidas e desafios, que no fim das contas acabam criando uma carcaça para seguir em frente. “Você pode ter um time, pode ter sócios, mas a palavra final, muitas das decisões são suas. Um dos meus maiores aprendizados ao longo do tempo foi ter paciência, praticar a escuta e ser resiliente”, diz Lucas.
Para conferir na íntegra a entrevista com Lucas Infante, ouça pelo Spotify ou clique abaixo e assista nosso papo descontraído pelo canal do Startups no YouTube: