Dan Yamamura e João Zecchin, co-founders da BRX Finance e da Fuse Capital | Divulgação

Rastreabilidade, transparência e redução de intermediários são algumas das palavras que ouvimos quando se fala em blockchain. Mas, na prática, a ideia de ter representações do mundo real no ambiente tokenizado parece um pouco abstrata e difícil de visualizar. No Podcast MVP desta quarta-feira (29), Dan Yamamura e João Zecchin, co-founders da BRX Finance e da Fuse Capital, falam sobre como o blockchain já tem sido utilizado no mercado e quais as possibilidades com o lançamento do Drex, previsto para este ano.

“O Drex cria o ambiente, ele não é o ator principal. O que a gente está fazendo hoje, ainda sem o Drex, simula o que a gente vai poder fazer depois”, conta Dan, explicando que a BRX Finance é focada em operações de crédito no ambiente de web3. “O mercado de capitais é um mercado muito centralizado e com muitos intermediários. A gente enxerga no blockchain a possibilidade de reduzir o número de intermediários, baixando o custo para o usuário final”, complementa João.

A BRX Finance é uma joint venture da Fuse Capital com a Transfero, fintech de soluções em blockchain e cripto. Em dezembro, a Transfero anunciou a aquisição da gestora, e as três empresas passaram a ocupar o mesmo escritório em Ipanema, no Rio. Em um bate-papo com a repórter Stephanie Tondo diretamente da Cidade Maravilhosa, os sócios também falam sobre as mudanças que essa infraestrutura pode trazer para o sistema financeiro tradicional.

“Ele é anarquista, ele vai dizer que não precisa mais de banco”, brinca Dan, referindo-se a João. “Mas não precisa”, concorda o sócio. Para ele, o mundo está caminhando para um sistema mais fragmentado e com menos controle, e o blockchain é o próximo passo dessa transformação.

Além do Drex, Dan e João comentam sobre a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de proibir a criação de uma moeda digital de banco central (CBDC) no país, como o Drex, incentivando o uso de stablecoins privadas.

“Ele está enxergando as stablecoins privadas como distribuidoras de dólar ao redor do mundo. O Trump adota muito esse ethos do mercado cripto de ser meio libertário. E é muito difícil ter um discurso libertário com algo como o CBDC, que traz alguns controles a mais”, explica João. “Esse posicionamento parece contraditório: pró-cripto, anti-CBDC. Mas não. É pró-cripto de verdade”, acrescenta Dan.

Os fundadores da BRX Finance também falam sobre o ecossistema de inovação, blockchain e de cripto no Rio de Janeiro, que tem abrigado alguns dos principais nomes do setor, como a própria Transfero e a Hashdex.

“Tem um hub cripto aqui que está se formando e já está maior que o de São Paulo”, diz Dan, acompanhado de uma provocação de João: “Quando existe a flexibilidade de trabalhar de qualquer lugar, não existe razão para trabalhar de São Paulo, porque o Rio é dez vezes mais agradável”.

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Possibilidades do blockchain já estão rodando e vão além do Drex

Dan Yamamura e João Zecchin, co-founders da BRX Finance e da Fuse Capital lançam a polêmica: o blockchain é o fim dos bancos?