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Stargate carioca? Rio quer atrair hyperscalers para o Parque Olímpico

Durante o Rio Innovation Week, Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, falou sobre o projeto ao podcast MVP

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Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico | Foto: Divulgação
Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico | Foto: Divulgação

A região do Parque Olímpico, na Zona Oeste do Rio, está se preparando para abrigar uma espécie de Stargate carioca. A estrutura faz parte do projeto Rio AI City, lançado pela prefeitura do Rio neste ano, para transformar a cidade na capital brasileira de inteligência artificial.

Em bate-papo com a jornalista Stephanie Tondo durante o Rio Innovation Week, Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, falou sobre o projeto e as iniciativas que a cidade do Rio tem apoiado para atrair empresas e startups do setor de IA.

No dia seguinte à gravação deste episódio, a Prefeitura do Rio anunciou parcerias com a Oracle e a Nvidia para investimentos no projeto do Rio AI City.

“A ideia é que a gente tenha um campus de 3GW até 2032 e aí estamos falando de atrair todos os hyperscalers, trazer as empresas para investir na cidade e, mais do que isso, criar um ecossistema de inovação ao redor desse campus de inteligência artificial”, disse o secretário.

O primeiro projeto do hub está sendo desenvolvido pela Elea Data Centers, plataforma de infraestrutura de TI sustentável com a maior distribuição geográfica do Brasil.

Próxima ao Rio Centro, onde ocorre o Web Summit, a região onde está sendo construído o campus de data centers possui uma localização estratégica: “De um lado, a gente tem a chegada dos cabos submarinos, que conectam a cidade para todos os continentes, e do outro lado tem uma subestação de energia que pode conectar a rede”, explica Osmar.

Segundo ele, a área total disponível tem mais de um milhão de metros quadrados, mas a primeira parte do projeto prevê um uso de cerca de 300 mil a 400 mil metros quadrados.

O projeto se conecta com as iniciativas do Porto Maravalley, onde foi inaugurado no ano passado o Impa Tech, curso de graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com objetivo de qualificar profissionais para trabalhar no hub tecnológico que está sendo criado na zona portuária da capital fluminense.

“Mais do que ter uma infraestrutura digital tão robusta quanto um campus de data center, é importante ter também um ecossistema bem desenvolvido. O Rio sempre foi um formador de grandes mentes, e agora construindo isso tudo a ideia é que a gente possa reter essa mão de obra na cidade”, aponta o secretário.

Atratividade

Durante a Rio Innovation Week, a consultoria Bip apresentou um estudo que avalia o grau de atratividade do Rio como um centro de data centers sustentáveis. Em uma escala de 1 a 5, a análise aponta que a cidade possui uma pontuação média de 3,5, indicando um ambiente compatível com o desenvolvimento de infraestrutura, embora com oportunidades de melhorias.

Entre os pontos fortes, estão conectividade e redundância de rede, segurança física e riscos ambientais controlados, e ambiente acadêmico e de inovação.

Por outro lado, o estudo aponta desafios relacionados ao licenciamento e à conexão à rede elétrica, processos que, no atual momento, demandam meses ou anos, além de questões regulatórias e de custos de energia. A disponibilidade de energia renovável, entretanto, é considerada excelente, com nota 5, embora a capacidade de acesso à rede elétrica seja avaliada como mediana (nota 2).

O clima quente e úmido da cidade também representa um obstáculo à eficiência de refrigeração, embora haja potencial para adoção de soluções inovadoras, como sistemas de resfriamento que dispensam água. A facilidade de implementação e aspectos relacionados à regulação também apresentam espaço para melhorias, especialmente na obtenção de licenças e na definição de um marco legal específico para data centers.

Quer saber mais sobre o Rio AI City? Escute a entrevista completa na sua plataforma favorita. O podcast MVP vai ao ar toda quarta-feira, no YouTube e Spotify.