O momento pode não ser o melhor para as captações, mas é, sem dúvida, um dos melhores para investir. Para quem tem dinheiro em caixa, há boas oportunidades, com “bons valuations”, afirma Rafael Marciano, head de Business Development da Wayra Brasil.
Como fundo de corporate venture capital (CVC) da Vivo, a Wayra tem como objetivo principal levar negócios estratégicos para a companhia. O fundo surgiu em 2012, com foco em early-stage. Dez anos depois, foi criada a Vivo Ventures, com foco em growth.
Em um bate-papo com Gustavo Brigatto, fundador e editor-chefe do Startups, Rafael afirma que o ano de 2024 foi “bem legal” em termos de investimento. “Estamos na melhor safra do mercado. Não estamos na melhor fase em termos de dinheiro, de capital sendo investido. Mas a gente estava bastante capitalizado e encontramos boas oportunidades, tanto em termos de potencial de geração de negócio, quanto em valuations”, diz.
Ao ser provocado pelo jornalista, que disse haver “bons descontos” no mercado, Rafael concorda, mas ressalta que há dois lados nessa história.
“Do lado dos novos investimentos, é legal, a gente paga um pouco mais descontado. Mas os investimentos passados sofreram”, reconhece.
Na conversa, Rafael faz um balanço das atividades da Wayra neste ano, comenta sobre a entrada da Vivo de forma mais intensa no setor de agro, e comenta sobre a importância das empresas investidas para a corporação.
“Quando você olha a Vivo, uma companhia gigantesca. A gente tem hoje 114 milhões de acessos. O que é um acesso? O Brigatto pode ter um acesso de rede móvel e fixa, são dois acessos. Temos hoje mais ou menos 70 milhões de clientes, e podemos afirmar que a cada três brasileiros, um é cliente Vivo de algum serviço nosso. Aí que entra nossa estratégia de olhar o mercado e encontrar bons fundadores para ajudar nessa jornada como um todo”, explica.
Rafael também destaca que a qualidade dos empreendedores analisados pela Wayra no último ano foi “muito boa”, o que contribuiu para esse momento positivo nos negócios.
“A safra que está vindo agora é de empreendedores muito bons mesmo. Seja o cara que é o second ou third time founder, e já conhece os desafios. Ou empreendedores que são especialistas naquele determinado mercado. Um cara que era executivo de uma grande empresa, tocava uma grande operação, e agora está empreendendo”, diz.
Ele acredita que houve um amadurecimento dos fundadores nos últimos anos, que aprenderam a jogar o jogo do venture capital, e finaliza contando sobre as expectativas para o ano que vem.
O episódio na íntegra pode ser conferido no perfil do Startups no YouTube e no Spotify.