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A Monuv, startup de soluções em SaaS e AI para monitoramento em circuitos de câmera, acabou de reforçar o seu caixa. Em uma rodada bridge coliderada pela Indicator Capital e Invest Tech, a startup captou mais R$ 8,5 milhões.

Com o aporte, a Indicator totaliza um valor investido de R$ 9,5 milhões na Monuv, saído de seu fundo 2, voltado a startups nos segmentos de Internet das Coisas e inteligência artificial. Levando em consideração que na rodada anterior – realizada em 2022 e a primeira do fundo 2 da gestora – a Monuv levou R$ 4 milhões, o novo aporte ficou na casa dos R$ 5,5 milhões.

Agora com o dinheiro no caixa, a intenção da Monuv é reforçar a presença de seu produto no mercado, inclusive aumentando a adoção de suas soluções de IA/visão computacional para identificação de riscos ou comportamentos suspeitos. De acordo com a fundadora e CEO, Camila Rissi, o desafio é mudar o perfil de muitos sistemas de segurança, que ainda se comportam de forma reativa – ou seja, só analisam as imagens depois que algum sinistro ocorre.

Segundo a startup, seu diferencial está na possibilidade de se aplicar inteligência artificial em qualquer câmera ou DVR e criar redes colaborativas integrando ambientes privados com segurança pública. A tecnologia reduz drasticamente a necessidade de novos investimentos para a atualização de redes de câmeras existentes.

“Nosso desafio vai além de implementar a tecnologia nos clientes, e sim levar o uso de IA para a base destes sistemas”, explica. Segundo a executiva, atualmente, apenas 20% da base de clientes da Monuv está usando inteligência artificial. “Vamos aumentar a utilização na própria base, com um empacotamento de produto mais voltado a IA, e queremos trazer novos clientes já com a adoção de IA na largada”, completa.

Com sua solução, a Monuv atua no meio do caminho entre as empresas de segurança (que cuidam de condomínios, empresas etc.) e quem implementa os sistemas de segurança, entregando o software de segurança para os chamados de “integradores”. Atualmente, a companhia já possui cerca de 15 mil integradores em sua base, com cerca de mil deles ativos – ou seja, com sistemas em funcionamento – em sua plataforma.

Segundo Camila, o aporte ajudará não apenas a acelerar a adoção de suas tecnologias, mas também dará suporte ao crescimento dos canais parceiros, continuando o crescimento já registrado pela companhia desde a sua rodada anterior.

Camila Rissi
Camila Rissi, cofundadora e CEO da Monuv (Crédito: reprodução)

“No ano passado crescemos cerca de 2,3 vezes no número de câmeras ativas, de 12 mil para 28 mil, e triplicamos nossa receita recorrente mensal desde o primeiro investimento”, afirma Camila, sem abrir números de receita ou de clientes. Entretanto, quanto às metas, a expectativa é manter o ritmo de crescimento, agora com uma estratégia de produto mais robusta.

Amadurecendo o MVP

Segundo Derek Bittar, sócio cofundador da Indicator, a rodada bridge na Monuv serve a um objetivo bastante estratégico: amadurecer o produto da companhia para uma série A mais parruda, e aí sim, entrar numa fase de growth mais acentuada.

“Em vez de pensar somente no crescimento, estamos focados em amadurecer o MVP, em vez de botar o pé no acelerador com uma solução menos aderente ao mercado. Pensamos em crescer, mas com o produto certo, o que inclusive nos ajudou a trazer a Invest Tech nesta rodada bridge”, explica Derek.

Aliás, ao reforçar sua aposta em aplicações de IA para evoluir o produto, a Monuv chegou a ir às compras. No fim do ano passado, a empresa adquiriu a paranaense NextCam, startup que desenvolveu uma solução especializada no uso de visão computacional e inteligência artificial.

Derek também acrescentou que a nova fase da Monuv resultou em reforços no C-level. Recentemente, a companhia nomeou Bruno Gouvea como COO. Bruno tem na bagagem uma grande experiência na parte de segurança, especialmente na ponta do hardware, já que cofundou a Giga Security, empresa que foi adquirida pela Multilaser.

“O gap tecnológico entre o software e hardware ainda é muito grande. Bruno entende a dor do lado que quem fabrica, e nos traz a possibilidade de entregar esse diferencial na hora da integração”, explica o sócio da Indicator, animado com as possibilidades do mercado. “No geral, o que não falta é demanda”, completa.

O Indicator 2

A Monuv foi o primeiro aporte do fundo 2 da Indicator, criado com a missão de apoiar “os heróis da IoT” no Brasil. Entretanto, de lá pra cá, a gestora já investiu em outras seis startups, com mais de R$ 70 milhões alocados. Até o momento, as empresas na carteira do fundo são Monuv, CTA Smart, InfoPrice, Beegol, Rúmina, SYOS e IBBX.

Em abril deste ano, a Indicator levantou mais R$ 93 milhões para o veículo, chegando a um montante de R$ 333 milhões, com a estimativa de investir em mais 20 empresas nos próximos 3 anos, com 5 aportes previstos para 2023.

A captação contou com investidores como Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Badesul e AgeRio. Na primeira rodada, o fundo, oriundo da Parceria Público-Privada entre BNDES e Qualcomm Ventures, contou com o investimento de 7 gigantes da tecnologia: Banco do Brasil, Multilaser, Motorola, Lenovo e Telefônica Ventures/Vivo, além de outros investidores corporativos e institucionais.

Desde então, o fundo se manteve um tanto quieto, mas perguntado pela reportagem do Startups, Derek adiantou: “Temos algumas rodadas para anunciar ainda este ano”, disparou. Vamos aguardar.

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