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No 3º investimento desde a sua constituição, o L4 Venture Builder, fundo de corporate venture capital da B3, fez um aporte de US$ 5,5 milhões na sueca Vermiculus. Nascida em 2020, a startup desenvolve tecnologias para bolsas de valores e nunca tinha levantado capital externo.

O anúncio acontece cerca de uma semana depois de a CVM ter dado ok para a constituição do L4 e para o aporte dos R$ 600 milhões que a B3 se comprometeu a aplicar nele dentro de sua estratégia de CVC.

A aprovação oficial do FIP quase um ano depois do anúncio de sua criação também veio acompanhada de uma liberação para que os investimentos do L4 sejam feitos sem terem que ser analisados pelo órgão regulador do mercado de capitais – como foi o caso de Parfin e BridgeWise. “Conseguimos mostrar para a CVM que o fundo é algo separado, que a ideia é fazer de 15 a 30 investimentos com um foco em inovação”, diz Pedro Meduna, cofundador do L4, ao Startups.

Cliente e investidora

O aporte na Vermiculus também acontece cerca de 1 mês depois de a B3 ter anunciado a contratação da startup para o desenvolvimento de uma infraestrutura 100% em nuvem para sua central depositária – ambiente em que ficam guardadas as informações sobre quem é dono do no mercado de renda variável.

Em sua imersão na bolsa no começo do ano passado, Pedro ouviu falar do projeto e da Vermiculus e foi a Estocolmo visitar a companhia. “É uma empresa que tem tecnologia como parte principal do negócio. Empresa de desenvolvedores. Isso impressionou e empolgou bastante”, diz. Segundo ele, a startup ainda é geradora de caixa. “É uma companhia bem sólida e com potencial de desenvolvimento”, completa. Os recursos do aporte serão usados para ampliação do time, desenvolvimento de novas funcionalidades e da base tecnológica da companhia.

Criada por ex-funcionários de uma empresa que já tinha trabalhado com a B3, a Cinnober Financial Technology, a Vermiculus tem uma proposta de ideias igualitários. Ela tem mulheres nos cargos de CEO e CFO e seu programa de distribuição de ações contempla 80% do time. A ideia é que a própria equipe gerencie o negócio em algum momento. “Estamos entregando o que prometemos e tudo isso por meio da tecnologia mais moderna do mercado, de forma ágil e transparente e sempre trazendo valor aos nossos clientes. O investimento da L4 confirma que fazemos a diferença para os nossos consumidores e que nossa tecnologia é o futuro”, diz Taraneh Derayati, CEO da Vermiculus, em comunicado. 

Com a chegada da B3 como investidora, Pedro diz que a startup ganha mais peso e autoridade para crescer. “O mundo das bolsas é pequeno e as companhias trocam muita informação. A B3 é um dos princpais nomes do mercado. Tem credibilidade. Se ela contratou a Vermiculus, outras bolsas vão contratar também”, afirma.

Momento do mercado

O atual momento é desafiador para se começar um fundo de investimento, mas para quem está capitalizado, como o L4, as oportunidades são muito boas. “Você consegue discutir melhor os termos. Tem tempo para conhecer os negócios. É o moento propício para estudar teses e negociar”, avalia Pedro. Na avaliação dele, que vem de um histórico de private equity, depois fundou a Tripda e tocou a operação da Cabify no Brasil, o momento é bom para a indústria porque traz tudo mais para a realidade.

Nos planos do L4, ele diz que hpa mais negócios em discussão nos quais o fundo pretende liderar – como aconteceu com a Vermiculus – do que seguir – como foi com Parfin e BridgeWise. Para da conta da ampliação do portfólio, a equipe da gestora, que hoje tem 3 pessoas, vai crescer para algo entre 5 e 8. De acordo com Pedro, não é necessário ter um quadro tão grande já que a ideia é se aproveitar da estrutura e do conhecimento da B3. “Vamos tentar alavancar o máximo”, diz.

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