A Lovin’ Wine, uma das marcas pioneiras do país no segmento de vinhos em lata, quer acelerar no varejo físico, depois de mais de três anos atuando de forma mais presente no modelo de venda direta online, em seu site. Para isso, a companhia abriu uma nova captação via crowdfunding na plataforma da Captable.
A startup gaúcha de vinhos premium tem a meta de levantar R$ 1,25 milhão, valor que será empregado majoritariamente na estratégia de levar seus produtos a mais pontos de venda em todo o país, dobrando o número PDVs nos próximos 12 meses e impulsionando a receita da companhia em cerca de 80%, passando dos R$ 9,5 milhões em faturamento em 2024. Até 2026, a meta é bater R$ 28 milhões em receita.
“Em 2023, o varejo físico se tornou uma prioridade para nós, sem deixar o online de lado, e em 2024 vamos intensificar este plano”, pontua Lucas Aguiar, CEO da companhia. Desde 2021, quando a companhia ainda vendia quase a totalidade de suas latas no modelo online, a Lovin’ Wine saltou de pouco mais de 150 PDVs para mais de 2 mil este ano.
O crescimento no varejo físico caminha em conjunto com uma estratégia recente para aumentar o awareness da marca junto aos consumidores. Para isso, além de sua exposição digital, a fabricante de vinhos firmou parcerias com marcas como Lez a Lez, Zerezes, Yuool, Warren, Nanaminze, e diversas outras que foram feitos eventos em parceria.
Entretanto, segundo Lucas, um dos movimentos mais impactantes realizados pela empresa foi uma colaboração com a Campari – oferecendo kits com Aperol – e conquistou contrato para distribuir o produto na rede Pão de Açúcar, chegando em quase 400 lojas no Brasil. “Já temos presença também em outras redes como St. Marché e Sam’s Club, por exemplo”, explica o CEO.
Foco no consumidor premium
A Lovin’Wine é sediada em Porto Alegre, mas seus vinhos seus produzidos na Serra Gaúcha, região famosa mundialmente por seus vinhos de alta qualidade. Mesmo com o plano de ampliar seu volume de produção – o número de latas vendidas saltou de 30,2 mil no terceiro trimestre de 2021 para 89,2 mil no mesmo período de 2023 – o plano é manter seu foco no consumidor premium, que está disposto a pagar um pouco mais por qualidade.
“É uma forma de nos diferenciarmos de outras marcas de vinhos em lata e atender uma faixa de público que consome vinho regularmente, pensando no custo-benefício. É como o mercado de cervejas premium. Hoje temos muitos consumidores que preferem pagar mais por duas latas de uma boa cerveja artesanal, do que comprar um pack de Skol. Quando o produto é de alta qualidade, ele tem mais recorrência”, compara.
Segundo o CEO, a rodada será concentrada em investimentos na área comercial e de distribuição, mantendo o portfólio que a empresa já possui – 8 produtos, entre diferentes tipos de vinho e espumantes. “No momento, não vamos investir em produto, pois entendemos que já entregamos opções para todos os tipos de consumidor”, avalia Lucas. Entretanto, para o ano que vem, novas parcerias como a da Aperol devem ser realizadas, em ações para impulsionar ainda mais a visibilidade da marca.
Terceira rodada
Esta já é a terceira rodada que a Lovin’ Wine faz com a Captable. Contudo, ao invés da costumeira aquisição de títulos conversíveis em ações futuras, de praxe em rodadas de captações via equity crowdfunding no Brasil, desta vez os investidores que realizarem aportes a partir de R$ 1 mil via Captable terão emissão de ações diretas na empresa. É a segunda vez que a plataforma realiza este procedimento, sendo que a primeira foi a agritech Cowmed, também do Rio Grande do Sul, no final do ano passado.
Segundo Paulo Deitos, cofundador e CEO da plataforma de crowdfunding, a expectativa é que a Lovin’ repita o sucesso que obteve em rodadas anteriores. A primeira delas, realizada em 2021, atraiu cerca de 300 investidores e captou R$ 2 milhões em pouco mais de 19 horas. O follow-on, feito no ano seguinte, rendeu R$ 2,49 milhões.
De acordo com o executivo, mesmo que startups B2C não tenham o mesmo apetite de investidores como já tiveram em momentos mais favoráveis para investimentos, a Lovin’ não tem dificuldades para atrair cotistas. “Marcas que chegam para disruptar um mercado sempre captam com uma boa velocidade, tanto que estamos com mais de 60% da meta. Esperamos fechar a captação antes do fim de novembro”, afirma.