Construir uma plataforma que reúne fãs e jogadores de basquete, a partir de eventos, espaços de prática do esporte e também conexão com marcas. É uma proposta de valor ambiciosa, mas a Hoopers está disposta a fazer isso dar certo no Brasil. Tanto que a startup portuguesa captou R$ 13 milhões junto a investidores internacionais para impulsionar seus planos.
A rodada seed de investimento foi liderada pelo fundo Buenavista Equity Partners e teve a participação da Portugal Ventures e de investidores anjos. Entre estes anjos estão dois expoentes do esporte em Portugal: Neemias Queta, campeão da NBA pelo Boston Celtics, e Ticha Penicheiro, ex-jogadora e integrante do Hall da Fama da WNBA.
A Hoopers ainda é jovem no mercado, com dois anos atuação em Portugal e Espanha. Contudo, na hora de iniciar sua expansão para o além-mar, ela olhou para o Brasil. A escolha não é nenhuma surpresa: nos últimos anos, o país se tornou o terceiro maior mercado da NBA no mundo, o que para a Hoopers é um sinal claro do potencial da comunidade de fãs do esporte.
“Estimamos aproximadamente 50 a 55 milhões de fãs de basquete no Brasil, e isso envolve desde os que assistem assiduamente aos jogos até aqueles que conhecem o esporte, gostam dos times e incorporam o basquete como parte de seu estilo de vida, como no vestuário, por exemplo”, pontua Christian Brech, country manager da Hoopers no Brasil.
Christian é novo na companhia, e é um dos principais passos da sportstech para tracionar no mercado brasileiro. Veterano do mercado de marketing – além de um fã e praticante do esporte – Christian foi responsável por projetos na 99, além de ser do time de fundadores da Kovi e co-founder da 42Move. Antes de assumir a operação da Hoopers, Brech atuou como diretor da IBM nos EUA.
Apesar de já ter desembarcado no Brasil há cerca de um ano, a Hoopers passou 2024 “fazendo uma pré-temporada”, realizando projetos focados em aumentar o seu conhecimento e proximidade das comunidades locais.
Estes projetos fazem parte do plano geral da companhia, como revitalização de quadras, organização de eventos e lançamentos de produtos. Tudo isso, porém é conectado à plataforma da sportstech, focada em gerar interação entre os usuários, e com base nesses dados, criar oportuidades para marcas interessadas em se conectar com fãs do esporte.
“Os resultados que colhemos neste primeiro ano de operação no Brasil são animadores, por isso nos sentimos preparados para acelerar o nosso crescimento no mercado esportivo brasileiro, e olhar futuras oportunidades na América Latina, ressalta André Sobral Costa, CEO da Hoopers.
Expectativas
O principal objetivo da Hoopers para 2025 é ampliar o alcance de sua plataforma Hoopers Club, hub digital onde fãs poderão se conectar, acessar eventos realizados pela startups e agendar o uso das quadras revitalizadas pela companhia.
Segundo destacou Christian em conversa com o Startups, o aporte servirá tanto para estratégias de aquisição digital de usuários, como também para aumentar o ritmo de abertura de quadras e eventos em parcerias com marcas. Tanto no online quanto no offline, a meta é não apenas focar nos grandes centros, mas levar a marca para outros estados e cidades no interior.
“Um exemplo desta estratégia fizemos este ano, ao revitalizar em parceria com o Anderson Varejão (jogador brasileiro da NBA) uma quadra na cidade de Valinhos. Vamos fazer mais disso no ano que vem, o plano é pelo menos triplicar o número de ações como essa”, pontua Chrstian.
Além dos planos no offline, no online a expectativa é aumentar a utilização de recursos de inteligência artificial no Hoopers Club, ampliando recursos de personalização. “Estamos preparados para construir uma marca forte, gerando comunidade e inteligência de dados para criar a melhor experiência”, avalia.
Christian não abriu números sobre as metas que a Hoopers pretende atingir no mercado brasileiro, mas ele revela que o Brasil é um mercado fundamental para os planos da startup. Segundo o country manager, a empresa já está em negociação com marcas para ações em 2025, e deve começar a divulgá-las em breve.
Para 2025, a Hoopers prevê a abertura de um escritório próprio em São Paulo e contará com reforços no time, abrindo vagas para as áreas comerciais, de marketing e tecnologia.
“Brasil é um mercado muito estratégico para Hoopers, dado o número de fãs e o volume de oportunidades, mas também é desafiador. Fazer as coisas bem feitas por aqui é muito importante para depois começar um plano de crescer pela América Latina, e mais adiante, nos EUA. Se a gente fizer bem no Brasil, a gente consegue também em outros lugares”, finaliza Christian.