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Embora incipientes, os mercados de plant-based e cannabis medicinal têm dados promissores para os próximos anos. O mercado de produtos à base de plantas deve movimentar entre US$ 100 bilhões e US$ 370 bilhões até 2035, segundo o The Good Food Institute (GFI). Já o mercado de cannabis medicinal deve atingir um ganho global de US$ 105 bilhões até 2026, de acordo com dados da Prohibition Partners.

O potencial vem conquistando o ecossistema de startups em todo o mundo, com cada vez mais empreendedores criando soluções para estes setores, e investidores direcionando esforços (e dinheiro) para empresas de forte crescimento. Mas quais as principais oportunidades e desafios destes mercados no Brasil e como escalar negócios neste contexto? 

Para responder ou, pelo menos, refletir sobre essas questões, João Cristofolini, cofundador da Vegan Business, e Fernando Domingues, cofundador da Cannect, participaram de um painel mediado por Diogo Garcia, da KPMG, durante o primeiro dia do Startup Summit. O evento acontece entre os dias 23 e 25 de agosto, em Florianópolis, com a expectativa de receber 200 palestrantes e 10 mil pessoas para criar insights e oportunidades de negócios.

“O mercado vegano no Brasil ainda nem começou direito. Há marcas surgindo, mas ainda estamos na ponta do iceberg de um mercado gigante”, afirma João. Ele explica que a adoção a produtos de origem vegetal tem crescido substancialmente, e tende a se tornar ainda maior nos próximos anos. “Há várias razões para isso. Às vezes, alguém optou por não comer carne. Outras, envolvem questões de religião, sustentabilidade ou até alergia a produtos de origem animal. Independentemente, o número de consumidores preocupados com a causa está aumentando”, pontua.

Com um aumento da demanda, o apetite dos investidores cresce também. “Os investidores obviamente querem investir em negócios que gerem retorno financeiro. Mas também estão de olho na sustentabilidade, com a tese de empresas e soluções que ajudam a construir um mundo melhor”, observa. Segundo João, nessa roda todo mundo sai ganhando: quanto mais empresas e produtos, mais barato será o preço final nas prateleiras dos mercados, o que aumenta o número de consumidores e, naturalmente, aumenta o consumo dos alimentos, trazendo retornos para as próprias empresas e seus investidores.

“O mercado vegano ainda não é tão hypado ou inflacionado quanto outros. É uma oportunidade de investir em empresas reais que estão baratas comparada a outros segmentos e que dificilmente vão deixar de existir, porque as pessoas não vão deixar de se alimentar. Por isso, considero um investimento muito menos arriscado”, avalia João. O executivo ressalta que no Brasil estão surgindo fundos de venture capital focados especificamente na tese plant-based, além de grandes varejistas adquirindo startups ou fechando parcerias de negócio para se aproximar deste mercado.

Neste contexto, o uso da tecnologia contribui para que as startups produzam a um custo menor, oferecendo produtos com um gosto semelhante – ou até melhor – do que os de origem animal, e aumentando a escala para mais pontos de venda. “A tendência é que as carnes feitas em laboratório se tornem mais baratas do que a carne tradicional, o que ajuda a popularizar o produto”, completa.

No caso do mercado de cannabis, a Cannect surge para facilitar o acesso a esses produtos, conectando o médico (com a prescrição), ao paciente e os medicamentos por meio de um marketplace. A solução atraiu investidores como Supera Capital, Globo Ventures e BluStone. “Nossa rodada série A trouxe diversos aprendizados. Era o pico da crise de tech e demissões em massa, e temos investidores importantes apostando no negócio”, pontua Fernando.

Ele ressalta a importância de investir em acesso, educando cada vez mais médicos sobre os benefícios e oportunidades de tratamento com cannabis medicinal, considerada mais natural do que os medicamentos tradicionais.

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