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O ensaio fotográfico quase romântico do presidente Lula com o chefe de estado francês Emmanuel Macron virou meme nas redes sociais, e a visita não rendeu bons frutos para o tão sonhado acordo do Mercosul com a União Europeia. Mas, do ponto de vista ambiental, a parceria entre os dois países parece estar no caminho certo. Além de anunciar um programa que pretende investir 1 bilhão de euros na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa, o presidente francês trouxe ainda em sua comitiva sete greentechs que estão de olho no mercado brasileiro.

Uma delas é a NetZero, startup francesa que já atua no Brasil, e anunciou recentemente um novo aporte de 18 milhões de euros para acelerar a produção de biochar para captura de carbono. Também conhecido como biocarvão, o biochar é feito a partir de resíduos da cafeicultura com tecnologia desenvolvida a partir de pesquisas sobre a Terra Preta encontrada na Amazônia. No Brasil, a NetZero tem uma fábrica em Lajinha, Minas Gerais, e está construindo uma segunda planta em Brejetuba, no Espírito Santo. Segundo a empresa, o biochar é, atualmente, uma das melhores alternativas pra reter carbono no solo e gerar créditos para o mercado voluntário.

Biochar, também conhecido como biocarvão, produzido pela NetZero (Foto: Divulgação)
Biochar, também conhecido como biocarvão, produzido pela NetZero (Foto: Divulgação)

Com sedes em Paris e no Rio de Janeiro, a startup franco-brasileira Morfo também estava na comitiva do presidente Macron. A greentch desenvolveu uma metodologia baseada em Inteligência Artificial aplicada à engenharia florestal para dar larga escala à reabilitação de ecossistemas nativos. A tecnologia já é aplicada no Rio de Janeiro, na Bahia e no Pará. Além de projetos ligados ao agronegócio e à mineração, a Morfo também é parceira da prefeitura do Rio para recuperar áreas de difícil acesso por meio de drones.

Também participou da visita a startup Elicit Plant, que usa fitoesteróis para reduzir o consumo de água de plantas específicas, permitindo o cultivo mesmo em situações de estresse hídrico, como estiagens. Os bioestimulantes são comercializados no Brasil desde 2021. Ainda no âmbito da agricultura sustentável, também estão as greentechs Agriodor, que desenvolve ferramentas de biocontrole através do odor para repelir insetos danosos ou atrair polinizadores, reduzindo o uso de inseticidas, e a M2Life, que desenvolve produtos naturais à base de feromônios para substituir pesticidas tradicionais como método alternativo de controle de pragas.

O grupo de greentechs contou ainda com a Green Spot Technologies, que combate o desperdício reciclando alimentos in natura que seriam descartados, e usa tecnologia de fermentação para produzir farinhas e pós probióticos com proteínas vegetais enriquecidas. Estabelecida inicialmente na Nova Zelândia, mudou-se em 2018 para a França, onde está localizada a fábrica. E, por fim, a Soler, um dos líderes na produção de carbono renovável para uso na metalurgia, em materiais de construção e na agricultura.

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