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Sempre que saiam para algum passeio na natureza, os pais de Allen e Max Mohammadi faziam os garotos recolherem todo o lixo que a família produzia e também que encontravam pelo caminho. A tarefa virou uma espécie de hobby da família e, mesmo depois de crescidos os mantiveram o hábito. Tanto que montaram uma startup para combater esse problema, a PlasticFri (com ‘fri’ lido como a palavra free, ou liberdade em inglês).  

“A maior parte do lixo que a gente vê na natureza, na água, é de artigos de plástico de uso único. Então começamos a fazer pesquisas há mais de 10 anos e há 5 anos, quando conseguimos criar os primeiros produtos, lançamos a empresa”, conta Allen ao Startups, em Lisboa.

Segundo ele, o plano é substituir 10 bilhões de produtos até 2026 e tonar a companhia a líder do setor. Hoje ela atende clientes na Europa, Américas e na Ásia. Nos últimos 10 meses a companhia vendeu 40 milhões de produtos. Os irmãos engenheiros já tinham empreendido antes. Entre 2013 e 2018, eles tocaram a Heartstrings, uma empresa de inteligência artificial para detecção de doenças cardíacas.

Nascida na suécia, a PlasticFri desenvolve e fabrica produtos descartáveis com copos, canudos e sacolas que podem ser usados em restaurantes e lojas e também envelopes que podem ser usados por empresas de comércio eletrônico. Eles são feitos com recursos renováveis como sobras da agricultura, plantas selvagens, plantas não-comestíveis e fibras de madeira. A companhia tem 2 duas patentes registradas. Em abril a companhia levantou um rodada seed, somando 2,2 milhões captados desde a sua criação, segundo o Crunchbase.

Allen diz que a opção pela produção própria torna o negócio um pouco mais complexo, mas faz parte da estratégia de ser uma plataforma all-in-one para oferecer ao mercado produtos sem plástico. “A gente não queira ser completamente eliminado dentro da cadeia do setor. Queríamos que as pessoas vissem a mudança que nós queremos fazer. Queríamos que as pessoas vissem a nossa marca. Escolhemos esse caminho por ser o mais difícil. Se fosse fácil, outra pessoa já teria feito”, se gaba o engenheiro, que é o CEO da companhia.    

Segundo ele, o mercado de alternativas ao plástico tem dois grandes desafios: industrialização e preço. “Tem muita coisa acontecendo nos laboratórios. Ninguém fala de produção de fato”, explica. Além disso, quando o assunto é sustentabilidade, a conversa costuma girar em tono de produtos de nicho e caros. “Com a PlasticFri a gente consegue fechar esse abismo e oferecer o produto mais ecofrendly com um custo razoável que o consumidor comum consegue arcar”, afirma.

Reconhecimento global

Ontem, a empresa sueca foi reconhecida como a grande vencedora do Global Tech Innovator 2023, da KPMG. Além dela, foi premiada a colombiana Bia Energy e a Inovus Medical, do Reino Unido. Ao todo, a 3ª edição do prêmio teve 22 startups na disputa. Dentre elas estava a brasileira Pix Force. “Temos feito o trabalho de ajudar as startups e promover conexão, que é um elemento importantíssimo para alavancar a inovação. Tanto em nível regional quanto global”, diz Diogo Garcia, sócio-diretor e líder dos programas de startups da KPMG Brasil.

Ele destaca que este ano a premiação contou com startups de países como Filipinas e Gana, que participaram pela primeira vez. “Isso é importante pra gente olhar para outros ecossistemas e entender que as próximas inovações provavelmente não virão dos vales conhecidos. Existem empreendedores incríveis no mundo inteiro e a gente precisa dar espaço para eles possam compartilhar seus negócios e ambições”, afirma.

Executivos da KPMG e fundadores das startups que participaram do Global Tech Innovator 2023

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