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O ano não foi fácil em termos de investimentos para as startups, um reflexo ainda do cenário econômico complicado que se instaurou no ano passado. Entretanto, parece que a recuperação está lentamente começando, e o mercado já encontra motivos para ficar otimista de novo.

Pelo menos isso é o que aponta o mais novo levantamento do Distrito, que registrou 72 rodadas de investimentos em startups latino-americanas – o maior número de deals no ano – totalizando um montante de US$ 369,9 milhões, o segundo maior mês do ano em volume de captações.

Em comparação com o mês passado, os resultados de outubro também foram expressivos. Foram 72 deals contra apenas 55 de setembro, e no volume os R$ 369,9 milhões ficaram bem acima dos R$ 296,4 milhões captados no mês anterior.

No acumulado do ano até o momento, após dez meses de 2023, foram registradas 638 captações, com um volume total de US$ 2,6 bilhões em empresas de tecnologia na América Latina.

Apesar de mostrar uma reação em relação aos números pouco favoráveis registrados ao longo deste ano, em comparação com o volume de investimentos do ano passado, outubro teve uma queda significativa na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando US$ 489,8 milhões foram aportados.

O estágio inicial, que inclui anjo, pré-seed e seed, concentrou a maioria das negociações, com 57 acordos. O estágio intermediário, compreendendo Série A e Série B, registrou 14 negócios em outubro, enquanto o late stage contabilizou apenas uma rodada.

No Brasil, os investimentos totalizaram 39 negócios e US$ 272,9 milhões de volume aportado. Com isso, o país representou 54,1% dos investimentos na região, em quantidade de negócios.

Virada do equity?

Quem também soltou seu relatório sobre o estado do venture capital e investimentos em startups no mês passado foi o Sling Hub, que trouxe resultados um pouco diferentes, mas também apostou suas fichas em um tom otimista – só que por um outro viés.

Segundo o estudo, 57 startups latinas levantaram R$ 442 milhões em outubro, resultado 21% menor do que o registrado em setembro e 54% menor do que o realizado em outubro de 2022. Entretanto, por trás desta queda um outro dado animou, mostrando que setembro e outubro foram os meses em que as rodadas de dívida representaram o menor percentual do total de investimentos em todo ano (7%) – ou seja, as rodadas de equity estão aquecendo.

“Este número nem sempre foi assim, entre janeiro e agosto de 2023 os empréstimos (seja por dívida ou antecipação de recebíveis) representavam entre 30% e 60% do volume aportado na região”, afirmou o fundador e CEO do Sling Hub, João Ventura, em nota.

Para o especialista, estes números e captações recentes como a série B de US$ 200 milhões que a QI Tech levantou com a General Atlantic podem apontar uma tendência positiva para os últimos meses do ano, especialmente no equity. “O resultado é interessante primeiro porque ainda faltam 60 dias para o final do ano – e sabemos que os meses de novembro e dezembro tendem, historicamente, a ser os mais agitados no contexto de venture capital”, avalia João.

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