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A Birdie, plataforma que gera insights sobre experiência do cliente para fintechs e empresas de produtos digitais, vive um momento-chave de expansão no mercado. Fundada por brasileiros em Palo Alto, na Califórnia, a startup recentemente redesenhou sua estratégia e definiu seu product market fit, e agora se prepara para fazer uma rodada série A mirando ganho de escala e consolidação de seu crescimento a nível global.

Criada em 2019, a Birdie lançou seu primeiro produto em 2020 e, logo em seguida, começou a ganhar tração e a atender grandes empresas como Microsoft, HP e Midea. Em 2022, a startup recebeu um aporte seed de US$ 7 milhões, liderada pelo SoftBank e coliderada pela Illuminate Ventures, com a participação de Fusion Fund, Astella e Endeavor Catalyst

“Naquela época, percebemos que nosso produto estava virando uma consultoria, algo que não queríamos. Então, tomamos a decisão corajosa de demitir os clientes que atendíamos e começar outra vez, com a mesma tese de ajudar empresas a se tornarem centradas no consumidor, mas construindo um produto que escalasse”, afirma Alexandre Hadade, CEO e cofundador da Birdie, em entrevista ao Startups.

O relançamento do produto ocorreu em 2023, com base em duas estratégias: começar pelo Brasil e com foco na vertical de serviços financeiros. “É uma vertical que tem muita empresa bacana trabalhando com dados e com o feedback do usuário. Começamos a ganhar tração novamente, olhando para o mercado de banking, financial services e fintechs, chegando a 15 clientes em um curto período de tempo”, diz o executivo.

O CEO revela que, depois de cinco anos de operação, a startup enfim encontrou o seu product market fit. “Essa é uma conquista difícil e muito importante. Agora, vamos em busca da série A”, pontua. A expectativa é fechar a rodada no primeiro trimestre de 2025, reunindo principalmente investidores norte-americanos e, talvez, alguns brasileiros. “O objetivo é partir para a escala. Saltar de US$ 2 milhões para US$ 5 milhões de Receita Recorrente Anual (ARR) em um ano a partir do início de 2025. Já provamos o valor do nosso produto, chegamos no product market fit e, agora, vamos olhar para a escala global”, revela Alexandre.

A Birdie deve lançar o seu produto nos Estados Unidos nos próximos meses e começar o plano de crescimento no Brasil e nos EUA para, em seguida, avançar para outras regiões. Segundo o CEO, a companhia está conversando com empresas na América Latina e na Indonésia que poderão fazer parte da estratégia de growth no próximo ano.

Alexandre Hadade, CEO e cofundador da Birdie
Alexandre Hadade, CEO e cofundador da Birdie (Foto: Divulgação)

Contratações estratégicas

Com o objetivo de preparar a empresa para a nova rodada, a Birdie acaba de fazer duas grandes contratações, anunciadas em primeira mão para o Startups. Gustavo Saiago e Jeferson Mendes, ambos com mais de 10 anos de experiência em CX e Melhoria Contínua, juntam-se à companhia com a missão de reforçar o posicionamento e compromisso da Birdie em ajudar empresas a estabelecer uma cultura customer-centric e melhorar a experiência de seus clientes por meio de operações mais eficientes, transformando CX em um papel cada vez mais estratégico.

Com passagens por Avon, Mercado Livre e Nubank, Gustavo liderou equipes operacionais de alta eficiência e desenvolveu práticas robustas de gestão da experiência do cliente e otimização de processos, impulsionando melhorias nas jornadas E2E (end-to-end) dos clientes do marketplace e da fintech. Além disso, ele foi responsável por implementar o NP System, promovendo uma integração fluida entre as equipes de CX e produto, consolidando uma cultura organizacional centrada no cliente. 

Na Birdie, o executivo terá o desafio de fortalecer a integração da plataforma e metodologia com a estratégia de seus clientes, auxiliando a startup na educação do setor e na rápida adoção de práticas centradas no cliente. “O que mais me chamou a atenção na Birdie foi o fato da empresa ter pessoas muito boas, experientes e comprometidas em entregar valor para o negócio, tanto do lado dos fundadores quanto dos colaboradores. Além disso, ficou claro para mim o potencial da ferramenta, que pode ser escalável em um curto prazo. A solução entende a dor que as empresas de fato estão sentindo, incluindo a dificuldade de compilar dados, ser data driven e conectar tudo isso em uma cultura centrada no cliente, o que nos permite trazer valor como um todo para a empresa, de forma unificada”, ressalta Gustavo. 

Já Jefferson assume a liderança das Operações de CX para garantir uma implementação eficaz da plataforma e da metodologia à medida que a empresa cresce. Com experiência em Melhoria Contínua e Processos, ele liderou a  expansão do Nubank para o México, com foco na implementação de jornadas de canais de ponta a ponta para maior eficiência e satisfação do cliente. “Ao longo da minha trajetória, notei duas grandes dores do mercado. Primeiro, é que o volume de dados na área de atendimento é muito grande, e é difícil consolidar todas as informações para gerar insights interessantes que priorizem de maneira efetiva o que deve ser feito para melhorar a experiência. Outro ponto é que os times de produto e operação costumam olhar para caminhos distintos, impactando a experiência. A Birdie usa tecnologia para, de forma simples, solucionar isso e chego para as empresas a implementarem os processos necessários para extrair o máximo de valor da ferramenta”, pontua.

Atualmente, a Birdie conta com um time de aproximadamente 25 pessoas. De acordo com o CEO da startup, o tamanho da equipe deve se manter até o fim do ano, mas crescer a partir de 2025, quando a Birdie colocar em prática o seu plano de growth. Os executivos recém-contratados deverão ajudar a empresa a consolidar sua proposta de valor: analisar feedback de clientes em larga escala para identificar pontos de fricção na jornada, entender seu impacto nas principais métricas de negócios e impulsionar melhorias na experiência do produto, resultando em taxas de fidelização mais altas.

Missão de negócio

“O nosso propósito é fazer com que o consumidor seja ouvido pelas empresas. Que as companhias realmente se tornem customer-centric para que a voz do consumidor chegue nas empresas de forma organizada, estruturada, quantificada em todos os canais, permitindo que as empresas tomem as melhores decisões”, afirma o CEO, Alexandre Hadade.

A Birdie baseia-se na combinação de uma plataforma de Voice of Customer (VoC) Intelligence com uma metodologia proprietária inspirada na melhoria contínua e em métodos de tomada de decisão, como o NP System da Bain&Co e o OODA Loop. Na prática, a solução centraliza feedback de diversas fontes e permite que as empresas monitorem e associem o feedback recebido a cada etapa da jornada do cliente, usando inteligência artificial para identificar, compreender e quantificar automaticamente o tamanho e o impacto dos pontos de atrito existentes na experiência do cliente em KPIs como NPS, contact rate e rentabilidade.

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