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Ao conversar com fundadores e investidores cariocas, é curioso perceber que, na hora de fazer negócios, é preciso ir a São Paulo. Coração do mercado financeiro do país, com a B3, a capital paulista abriga também as sedes dos maiores bancos nacionais e internacionais, e faz sentido que o ecossistema de startups e de empreendedorismo tenha se instalado por ali. Mas o Rio de Janeiro tem tentado mudar esse cenário. Depois de inaugurar o Porto Maravalley, um hub de inovação na Região Portuária da cidade, a capital carioca quer agora retomar o seu protagonismo no mercado financeiro.

Em entrevista exclusiva ao Startups, realizada durante o Web Summit Rio, o secretário de desenvolvimento econômico da cidade, Chicão Bulhões, conta que, apesar de o mercado bancário ter ido em peso para São Paulo, o mercado financeiro permaneceu no Rio, porém, de forma discreta. A demanda do mercado agora é para que haja uma maior integração entre todos os atores que fazem parte da cena carioca de inovação.

“O berço do mercado financeiro nacional foi o Rio de Janeiro. Num dado momento da nossa história, a gente perdeu isso, e acho que esse foi um erro do passado. Sempre foi uma agenda nossa voltar a ter esse protagonismo no mercado. O Rio tem muitos family offices, fundos de investimento, tem muito venture capital, e essa galera está muito concentrada ali no Leblon, Ipanema, numa vida mais Manoel Carlos. É uma galera mais discreta, mas que está aqui. O mercado financeiro ainda é muito importante para a cidade, e a gente mede isso pelo recolhimento de impostos”, aponta.

Novas Bolsas na cidade

Uma das estratégias para consolidar o mercado financeiro na cidade é a criação de Bolsas de Valores alternativas no Rio. Em dezembro do ano passado, a B3 anunciou, junto com a AirCarbon Exchange, o lançamento de uma parceria para criação de uma plataforma para negociação de créditos de carbono, títulos emitidos para neutralização de gases de efeito estufa. A bolsa fica localizada no Centro do Rio e faz parte do projeto da prefeitura para tornar a cidade a capital dos investimentos verdes no país.

Além disso, recentemente, foram divulgados planos de diferentes grupos de investimentos para estabelecer uma concorrente da B3 na Cidade Maravilhosa. As negociações mais avançadas estariam com o fundo soberano da Arábia Saudita, o Mubadala Capital, que teria a intenção de lançar uma Bolsa de Valores no Rio no ano que vem.

“O fundo Mubadala já disse a sua intenção de estar no Rio de Janeiro, e a cidade vai dar todo o suporte para que ele se instale aqui”, afirma Chicão.

Porto Maravalley

A Prefeitura do Rio inaugurou, no último dia 11, o hub de inovação Porto Maravalley, que divide espaço com a nova faculdade de matemática IMPA Tech, instalada no início de abril. Eletrobras e Shell foram anunciadas como patrocinadoras do espaço, que já tem cerca de 20 empresas em negociação, entre grandes companhias e startups, para se instalarem no local.

“A gente adotou uma linha estratégica do Rio de se colocar como capital de inovação e tecnologia no país. Primeiro porque a gente tem muitas universidades aqui, muito conhecimento sendo produzido. Porém, a gente tem um problema: esse conhecimento se transforma pouco em negócios, em startups, em soluções. A gente tem várias startups, mas acho que a gente pode ter muito mais, crescer muito mais. Faltava um grande ponto de conexão que traduzisse essa visão, e o Maravalley é isso”, explica o secretário.

Assista a entrevista completa do Startups com Chicão Bulhões, secretário de desenvolvimento econômico do Rio, no nosso canal no YouTube.

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