*A cobertura especial do Startups no Web Summit Rio 2023 tem o apoio da Headline.
O chamado “inverno dos VCs” já está rolando há uns bons meses, e para quem conseguiu levantar alguma grana para fortalecer o caixa e estender o runaway, já está na hora de pensar em uma nova captação. Mas a vida não está fácil. Sem sinais de melhora do mercado, rever o valor das empresas, o temid o downround, se tornou uma realidade inevitável para muitas companhias. Entretanto, para Rodrigo Baer, sócio-fundador da Upload Ventures, as startups latinas não devem ser alvo de downrounds vindos de fundos gringos.
Ufa, que alívio, você deve estar pensando. Pois bem, pense de novo. Isso não é necessariamente um bom sinal. De acordo com Rodrigo, os downrounds não deverão acontecer porque os fundos nem vão querer fazer essas negociações. “Os VCs de lá (fora) não vão se dar ao trabalho de entrar no avião para negociar downround com startup brasileira. Eles vão priorizar as negociações que eles podem fazer ao lado de casa”, pontuou o executivo durante painel no Web Summit Rio.
A observação do investidor desenha um cenário um tanto catastrófico, pois sugere que muitas startups podem morrer em um futuro não muito distante. Apesar de não dizer isso com todas as letras, o investidor deixou bem claro que os founders que tocam seus negócios pensando em levantar fundos terão dias difíceis pela frente. “Em um ‘bear market’, quem focou em ter finanças robustas, um time qualificado e uma visão clara de produto, tem vantagem”, avalia o investidor.
Mas caso a rodada venha, vale tudo para garantir um investidor? Para Baer, as coisas não são bem assim: de acordo com o líder da Upload, os fundadores precisam analisar bem com quem se associam. “Vocês [fundadores] são muito menos importantes pra mim do que eu [investidor] sou pra vocês. Vocês têm uma empresa e estão investindo toda a sua carreira e recursos nela”, alertou o investidor, convocando os fundadores a buscar investimentos que combinem com o negócio, mais do que apenas a grana no caixa. “Façam a devida diligência de seus potenciais investidores, pois serão eles que terão uma voz ativa no seu negócio”, pontuou Baer, deixando claro que reclamar depois não adianta.