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Mal pegou ainda o hype da inteligência artificial generativa, e já tem muita gente por aí falando da tal inteligência artificial geral (AGI), a que supostamente vai se equiparar – e possivelmente superar a inteligência humana. Entretanto, para o engenheiro-chefe de AGI na SingularityNET, a AGI ainda é uma realidade distante.

“Não tem como prever quando teremos de fato uma AGI, mas essa não é a questão principal. O grande desafio é como vamos nos aproximar dela (AGI)”, disse Alexey Potapov, em coletiva durante o Web Summit Rio.

Segundo Alexey, esse pensar no processo antes de pensar na tecnologia final também tem a ver com os percalços vividos atualmente pelos desenvolvedores destas tecnologias mais avançadas. De acordo com o engenheiro da SingularityNET, não se trata apenas de um desafio no código, mas também na infraestrutura.

“Hoje em dia, GPUs (placas de processamento) e IAs ainda não são eficientes no uso de energia para processar informações de forma avançada. Por outro lado, o cérebro humano é bastante eficiente no uso de energia para pensar”, explicou.

De acordo com Sabrina Palme, fundadora e CEO da startup britânica Palqee, especializada em gestão de responsabilidade em sistemas de IA, mais importante do que adotar ou desenvolver tecnologias de inteligência artificial, é necessário levar em conta questões como ética e uso responsável dos dados. “Precisamos pensar como vamos gerenciar aspectos morais na IA, e depois na AGI. As empresa precisam pensar primeiro no problema a ser resolvido, antes de pensar na IA. É o meio para um fim”, destacou.

É um pensamento que encontra relação com o que disse Ben Goertzel, também da SingularityNET, durante o SXSW. Segundo ele, a união entra humanos e máquinas pode ter um efeito impressionante na consciência humana. “Estamos olhando para um caminho onde o advento da [AGI] e depois a superinteligência, criam o contexto para as pessoas serem elevadas”, avaliou.

Segundo Xavier Anguera, CTO e cofundador da Elsa, um app de AI para ensino de idiomas, os fundadores interessados em aproveitar o potencial da AI devem se afastar do hype e olhar “debaixo do capô” de suas empresas, se querem realmente utilizar a inteligência artificial de formas impactantes para o negócio e para o mercado.

“Antes de mexer com essa tecnologia, eles precisam se educar sobre o que ela faz e como ela evolui rápido”, pontuou, durante a coletiva. Alexey endossou o empresário: “Nem tudo é ruído, mas é preciso ter cautela antes de adotar IA em seus negócios”, completou.

AGI deprimida?

Perguntado sobre o que vem depois da AGI – algo que nem veio ainda – Alexey afirmou que o próximo passo seria algo chamado ASI, sigla para “Artificial Super Intelligence”, uma inteligência geral capaz de superar o pensamento humano de forma exponencial. Entretanto, isso ainda está na teoria.

Contudo, ainda dentro do papo da AGI, uma outra pergunta chamou a atenção dos entrevistados. À medida que inteligências artificiais generativas aprendem mais sobre o comportamento humano, foram vistos casos em que algoritmos se mostraram sem vontade de trabalhar ou até mesmo “deprimidas”. Seria o caso de no futuro termos psicólogos para as máquinas.

Com bom humor, Alexey não descartou a possibilidade. “Pensamos muito na IA e AGI de um ponto de vista de eficiência, que pode ser resolvido na programação. Entretanto, à medida que inteligências artificiais apresentem mais traços humanos, é bem possível que tenhamos profissionais para dar apoio psicológico para as IAs”, finalizou.

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