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Nas últimas semana falamos sobre como recentes declarações do fundador e CEO do Web Summit, Paddy Cosgrave, criaram um turbilhão de represálias contra o evento. Empresas, executivos e até mesmo o governo de Israel anunciaram o cancelamento de sua presença na edição 2023 do encontro que acontece agora em novembro. Entretanto, o Web Summit já se mexeu e anunciou uma nova CEO: a executiva Katherine Maher.

Katherine chega ao comando do Web Summit com um currículo de peso: até recentemente ela era a CEO da Wikimedia Foundation, ONG que controla o Wikipedia. Além disso, a executiva é membro do conselho da Signal, app de troca de mensagens liderado por Meredith Whittaker, outra executiva que não tem medo de emitir opiniões, especialmente contra as Big Techs.

No anúncio de sua chegada ao posto de CEO, Katherine destacou que esta é uma nova fase para a organização, para recuperar o foco em sua missão principal. “Tenho o prazer de anunciar que me juntarei ao Web Summit como CEO, porque acredito na missão do Web Summit de conectar pessoas e ideias que mudam o mundo. A nossa tarefa imediata é voltar a focar naquilo que fazemos melhor: facilitar discussões entre todos os envolvidos no progresso tecnológico”, afirma a executiva.

A administração anunciou também Damian Kimmelman como membro do conselho. Kimmelman foi cofundador de diversas empresas e organizações nos Estados Unidos e na Europa, incluindo a startup Batelle e a organização sem fins lucrativos FoundersPledge.com.

Para marcar a mudança na liderança, o Web Summit chegou a lançar um depoimento em vídeo com a nova CEO. Confira abaixo:

Paddy “cancelado”?

Foram semanas tumultuadas para o Web Summit, em decorrência de declarações polêmicas dadas pelo fundador e CEO Paddy Cosgrave em suas redes sociais. Em seu perfil no X (ex-Twitter), o CEO disse que “crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados”, fazendo alusão a acusações que o governo israelense estaria violando leis internacionais de guerra em seus ataques de resposta ao grupo terrorista que atacou o país.

A declaração foi amplamente repudiada pelo cenário tech, com fundos e grandes empresas como AWS, Meta e Alphabet, entre outras, anunciando sua não participação no evento. Além de empresas, alguns fundos de capital de risco, como a Sequoia Capital, ou aceleradoras como a Y Combinator, também abandonaram o evento. O mesmo aconteceu com alguns dos palestrantes previstos.

Apesar de já ter enviado um pedido de desculpas, a onda de repúdio aos seus comentários não arrefeceu, colocando em risco o sucesso da edição 2023 do evento, que ocorrerá na primeira quinzena de novembro, em Lisboa.

Com toda a repercussão, na semana passada Paddy anunciou sua saída do cargo de CEO. “Infelizmente, os meus comentários pessoais tornaram-se uma distração para o evento e para a nossa equipa, os nossos patrocinadores, as nossas startups e as pessoas que o frequentam”, destacou.

Agora com uma nova CEO, a esperança do Web Summit é que o evento recupere sua posição como um dos principais encontros de tecnologia do planeta – e a expectativa para a edição 2023 não mudou, com mais de 70 mil participantes esperados.

“Em um presente onde a tecnologia está interligada em todos os aspectos das nossas vidas, e num futuro onde representa a nossa maior esperança e o nosso maior disruptor, o papel da Web Summit como um lugar de ligação e conversa é mais urgente do que nunca”, destacou Katherine, em nota.

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