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Seguindo a estratégia de verticalização das suas operações, o aplicativo de entregas Daki apresentou hoje sua linha de marca próprias. Inicialmente são 7 categorias de produtos incluindo vinho, gelo, pães, papel higiênico e até refeições congeladas. O plano é ampliar essa oferta ao longo do tempo. Alguns itens já estão disponíveis em São Paulo e no Rio e vão chegar a Belo Horizonte em breve. Em operação há 1 ano a Daki está nas 3 capitais e tem quase 100 lojas próprias, ou dark stores, de onde saem as entregas que ela promete fazer em até 15 minutos.

Os produtos serão feitos por parceiros contratados pela Daki, dando preferência para marcas locais e regionais, mas também podendo incluir produtos importados. O vinho Ino, por exemplo, vem da região de Mendoza, na Argentina. Mas há espaço para parcerias maiores também. As refeições congeladas são da Sapore.

O vinho Ino, da Daki

Valor, não preço

Segundo Gabriela Seirafe, gerente de marca própria da Daki – que anteriormente ocupou posição semelhante na rede de supermercados DIA – o plano é fugir da percepção de alternativa mais barata que as marcas próprias têm aqui no Brasil e oferecer itens que ofereçam algum tipo de diferenciação, trazendo valor e também recorrência nas compras. “Os pilares são qualidade e diferenciação. Na páscoa tivemos um ovo que era metade chocolate branco e metade ao leite, um produto não comparável ao que há no mercado”, disse ela, em evento online com jornalistas.

De acordo com Rafael Vasto, fundador e presidente da companhia, o objetivo é que os produtos de marca própria representem 15% da receita em um prazo de 12 meses. Mais do que novas vendas, a estratégia tem potencial de ter um impacto importante no incremento de margem da Daki.   

“O varejo tem uma e cadeia com muitos intermediários, ineficiente, manual. Com a verticalização você tem um controle das etapas e acesso a um potencial de margem muito maior comparado com a média da indústria”, diz. O modelo de marca própria é inédito entre os aplicativos que operam no Brasil, mas já é usado por companhias fora, com a Gopuff, nos EUA.

A Daki tem batido na tecla de que seu modelo de negócios foi montado para dar lucro. Em dezembro, quando anunciou sua série B e o status de unicórnio Rafael e Ralf Wenzel, presidente cofundador da JOKR – a empresa mexicana com a qual a Daki se fundiu pouco depois de nascer, no começo do ano passado – disseram que a companhia tinha margem bruta positiva em algumas de suas operações.

Mamãe, sou rentável!

Por conta desse foco em rentabilidade, o plano da Daki para 2022 é se concentrar na melhora da experiência dos usuários e na operação de marca própria. A expansão para mais cidades pode acontecer mais para o fim do ano, se for o caso.

Segundo Rafael, esse já era o plano mesmo antes de toda a conjuntura do mercado de venture capital mudar com as incertezas globais dos últimos meses.

“É menos um movimento de defesa e mais uma estruturação do negócio da forma que queremos, mantendo o unit economics, não trazendo a expansão pela expansão. Já era o plano e se encaixa muito bem no contexto atual”, diz.

Perguntados pelo Startups se não seria muito cedo para dar esse passo, tendo em vista que o negócio tem apenas 16 meses de operação, Rafael e Gabriela disseram que não, que este é o melhor momento. De acordo com o fundador, a companhia já conseguiu um volume de informações suficientes sobre o perfil de consumo de seus consumidores, o que permite encontrar os produtos que podem fazer sentido na estratégia. Além disso, há um movimento na direção das marcas próprias no Brasil, então, se esperasse mais tempo, a Daki poderia perder a oportunidade, segundo Gabriela.

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