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Unicórnio unico demite cerca de 110 pessoas, 10,5% da força

Segundo fontes de mercado, os cortes atingiram áreas variadas da companhia (produto, design, marketing, entre outras)

Unico
Crédito: divulgação

Desde a semana passada, é onda de demissão todo dia. Se ontem tivemos cortes no PagSeguro, a empresa grande de hoje a fazer demissões em massa é a IDtech unicórnio unico. A companhia dispensou 10,5% de sua força de trabalho, o que dá algo em torno de 110 pessoas.

Segundo fontes de mercado, os cortes atingiram áreas variadas da companhia (produto, design, marketing, entre outras). Em nota ao Startups, a unico confirmou os cortes, alegando que eles fazem parte de um movimento focado na eficiência operacional. Uma planilha colaborativa com parte dos nomes dispensados já circula nas redes.

“Focada na entrega consistente de seu ecossistema de produtos, a empresa tem investido na seniorização de seus times e na eficiência operacional, alterando estruturas e processos. Soma-se a esse movimento a priorização de iniciativas alinhadas às novas necessidades do mercado”, afirmou a IDtech no comunicado. Para completar, a companhia afirma que pretende manter um fluxo de contratações para seus times de tecnologia e outras posições-chave.

Para dar suporte aos funcionários desligados, a empresa afirmou que fornecerá extensão do plano de saúde, odontológico e seguro de vida por até seis meses.

O corte vem pouco mais de três meses depois de uma onda de desligamentos menor realizada pela IDtech. Em outubro, a companhia afirmou que estava fazendo uma reorganização de seu setor de vendas e clientes, o que resultou na demissão de cerca de 4,4% de sua força de trabalho.

Apesar das reorganizações em áreas variadas, parece que no setor de tecnologia a companhia não está colocando o pé no freio. No segundo semestre de 2022, a companhia contratou mais de 50 pessoas, incluindo nomes experientes como Nelson Mattos, Davi Reis e Bruno Maciel Fonseca, que fez seu nome no Google e Loggi.

Big Tech brazuca?

Nascida como Acesso Digital, a unico surfou uma onda de crescimento agressivo em 2021, se posicionando como um dos maiores prospectos para ser um big tech brasileira.

No fim de 2020, ao assumir a marca que possui agora, a unico tinha levantado um aporte de R$ 580 milhões feito pelo SoftBank e pela General Atlantic. Em abril de 2021 a IDtech se capitalizou novamente, com uma série D de US$ 100 milhões liderada pelo Goldman Sachs, o que a classificou como unicórnio, avaliado em US$ 2,6 bilhões.

Com os cofres recheados, a startup adotou uma tese bem típica das Big Techs: comprar outras empresas. Foram 4 operações até agora. Três em 2021 – CredDefense, SkillHub e ViaNuvem, e seu maior negócio, a MakroSystems, empresa brasileira que desenvolve tecnologias de segurança para operações financeiras no mundo digital, comprada por R$ 150 milhões no ano passado.

Contudo, o cenário desfavorável para empresas de alta necessidade de capital e crescimento acelerado, também teve seu impacto sobre o unicórnio, que entra na estatística que já está alta em pouco mais de 15 dias de 2023. Só na última semana, já tivemos demissões em massa em nomes como Rock Content, Frete.com, PagSeguro, Pier, entre outras.