Venture capital

ESG no Brasil: startups com foco social são as que mais recebem aportes

Segundo o Distrito, de 2010 para cá foram feitas 199 rodadas de investimento em startups do tipo, somando US$ 1,12 bilhões

ESG
Crédito: Canva

O ESG tem entrado de vez para a agenda de inovação de diversas empresas. Muitas organizações têm orientado suas estratégias ESG com base nas expectativas dos consumidores. Esse é um caminho que tem sido utilizado para obter resultados para o negócio e justificar a adoção de práticas ambientais, sociais e de governança.

Nesse sentido, as startups são parceiras fundamentais para a implementação de soluções voltadas para essa temática dentro das corporações brasileiras, que podem não apenas quantificar seus resultados, mas também implementar ações alinhadas às boas práticas, combatendo assim o greenwashing – prática de “maquiar informações” sobre sustentabilidade – e o diversity washing – engajamento com a diversidade somente no discurso e não na prática.

Em 2022, os investimentos em startups ESG no Brasil atingiram seu pico histórico devido ao forte impacto econômico e às consequências da pandemia em muitos setores. Segundo o relatório ESG Report 2023 do Distrito, foram realizadas 90 rodadas de investimento em startups ESG no ano passado, somando US$ 861,6 milhões. 

No entanto, é possível observar um considerável recuo nos investimentos durante o primeiro trimestre de 2023, tanto no número de rodadas quanto no montante de capital investido. Foram 10 aportes que totalizaram US$ 155,3 milhões. 

“Esse movimento não necessariamente representa uma diminuição no interesse pelo tema, mas sim um ajuste diante do cenário econômico mais difícil, marcado por taxas de juros e inflação elevadas”, explica Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, em nota.

Social atrai mais investimentos

Considerando os últimos 13 anos, as startups brasileiras de ESG levantaram um total de US$ 2,43 bilhões em 501 rodadas de investimento. Séries B e C representam apenas 6% do número de deals e 58% do volume de investimento. Isso porque muitas startups investidas ainda não tiveram tempo suficiente para desenvolver suas soluções, alcançando um estágio de amadurecimento capaz de justificar um investimento late-stage.

Apesar de as quatro das cinco maiores rodadas terem sido recebidas por startups da área ambiental, é a categoria social que mais levantou recursos, com US$ 1,1 bilhão em 199 rodadas de financiamento. Destaque para a série A de R$ 20 milhões levantada pela brasiliense Ribon em 2022, eleita uma das startups mais inovadoras do mundo pela fundação do Bill Gates.

Ainda de acordo com o report do Distrito, o Brasil possui atualmente 950 startups ESG, sendo as focadas no meio ambiente em maior abundância (357 empresas). Em seguida, estão as startups focadas em aspectos sociais (306) e governança (287). Aqui no Startups algumas startups ESG que se destacam no ecossistema já foram notícia. É o caso da Trashin, que desenvolve projetos de logística reversa e gestão de resíduos para empresas, e a baiana SOLOS, que promove a economia circular e o descarte correto de resíduos, cuja história foi contada em nossa série Além da Faria Lima.