Brazil at Silicon Valley

Brazil at Silicon Valley quer debater e mostrar usos da IA na prática

BSV acontece de 7 a 9 de abril no Vale do Silício e vai reunir mais de 500 fundadores, investidores e executivos de empresas

Brazil at Silicon Valley quer debater e mostrar usos da IA na prática

Grande assunto do mundo da tecnologia no momento, a inteligência artificial não podia deixar de ser também o tema principal da Brazil at Silicon Valley (BSV), a conferência exclusiva para convidados que se tornou um objeto de desejo – e um símbolo de status e jactância – para fundadores e investidores de startups.

Na edição 2024, que começa neste domingo (7) e vai até terça-feira (8), o assunto está presente do início ao fim da programação. Mas mais do que simplesmente que debater o que é, ou pode vir a ser, a proposta é mostrar o que está sendo feito. Como a IA já está sendo aplicada. “A inteligência artificial não está no futuro. Ela já está acontecendo. E está vindo de empresas menores”, diz Marina Mamer, conselheira da BSV.

Por conta dessa proposta, a programação deste ano adicionou aos tradicionais painéis com nomes de peso do mercado, apresentações individuais no estilo TED talks e momentos de demonstração de aplicações de IA em áreas como saúde, educação, clima, cibersegurança, marketing e o segmento jurídico.

Segundo Marina, a ideia original era trazer nomes do Vale, mas ao tomar contato com projetos interessantes também do Brasil, a opção foi colocar nomes dos dois países. Assim, as locais Workera, Arkifi.ai, Spark e Curio, dividirão palco com Huna, Advolve e Lexter.ai.

Menor é melhor

Em seu 6º ano de vida e na 5ª edição – já que em 2020 ela foi cancelada por conta da pandemia – a BSV espera receber mais de 500 pessoas, um número 20% menor que o registrado na edição do ano passado.

Segundo Gabriela Menten, conselheira da BSV, a redução do quórum foi proposital para permitir melhores interações e conexões entre os participantes. Além disso, essa é a capacidade suportada pelo centro de eventos do Google, onde vai acontecer o evento deste ano. A Big Tech, por meio de seu programa de relacionamento com startups, o Google for Startups, é uma das patrocinadoras do evento – mas a BSV ainda precisou pagar pelo uso do espaço de eventos.

Stark Bank, iFood, Warburg Pincus, Cubo, Pinheiro Neto Advogados, SoftBank, Valor Capital, Votorantim, CRM Bonus e Fundação Lemann são outros nomes que ajudam a bancar os custos da conferência organizada por alunos voluntários das universidades de Berkeley e Stanford.

O Cubo fará a transmissão ao vivo de alguns dos painéis em eventos fechados para convidados. E o Stark Bank vai bancar o coquetel de boas-vindas que vai acontecer na universidade de Stanford no fim do domingo.

No começo do dia, Cubo, SaaSholics e Startups se juntaram para promover a Tech Run BSV´24, uma corrida e caminhada com percursos de 2, 3,5 e 5 quilômetros em Palo Alto que vai reunir fundadores investidores e estudantes.

Participantes da BSV

Entre os temas que serão debatidos nos dois dias do BSV estão o uso da IA generativa por grandes empresas, os desafios éticos e as fronteiras para o uso da tecnologia e o futuro dos investimentos em empresas do setor.

Os rumos do mercado de venture capital e dos investimentos em startups não foram contemplados na programação oficial deste ano, mas certamente serão objetivo de conversas durantes os intervalos e eventos paralelos realizados por gestoras e participantes. Para muitos fundadores, o evento se firmou como um importante momento para estar próximo de investidores e iniciar, ou concretizar, um processo de investimento.  O que este ano parece que será um prato cheio, já que a lista de participantes está bem recheada deles.  

De acordo com Marina e Gabriela, a diversidade de perfis dos participantes foi um tema de atenção na organização do evento deste ano, assim como em outros anos. Ano passado a BSV teve 25% de sua audiência composta por mulheres e contou com a presença de um número significativo de fundadores e fundadoras negros e negras. Uma rápida olhada pelas caras de quem está no aplicativo oficial do evento, no entanto, mostra que talvez este ainda seja um ponto a ser trabalhado em edições futuras.

Destaques da programação

Logo na abertura, na segunda-feira (8), Scott Brady, professor de Stanford e managing partner do fundo Innovation Endeavors, vai falar sobre modelos fundamentais de inteligência artificial e os impactos da IA generativa. No dia seguinte, Tom Siebel, fundador da C3.ai e da Siebel Sytems, vendida para a Oracle em 2005, abordará como CEOs devem olhar para a inteligência artificial.

Também na terça-feira (9), os fundadores do banco digital Brex, Henrique Dubugras e Pedro Franceschi vão participar de dois painéis. Pela manhã, Henrique conversa com Victor Lazarte, fundador da desenvolvedora de jogos Wildlife, e hoje sócio da gestora Benchmark, e também membro do conselho da Brex sobre a construção de negócios bilionários. No fim do dia, no último painel da conferência, Pedro dividirá o palco com Anu Hariharan, do fundo avra, e responsável pelo investimento feito pela Y Combinator na Brex quando estava na aceleradora, para debater a aplicação da inteligência artificial na construção de uma fintech.

*O jornalista viajou para os EUA com parte das despesas pagas pela organização da BSV