Corporate venture capital

Founders Club leva CVC ao middle market com Grupo Integrado

Com uma mistura de CVC e venture building, plano do veículo é investir de R$ 3M a R$ 5M nos próximos três anos

CVC
CVC. Foto: Canva

O Grupo Universitário Integrado, instituição paranaense de ensino com 35 anos de mercado e que recentemente iniciou planos de expansão nacional, também está investindo em outra frente: o de investimento em startups. Para isso, a companhia está criando o seu CVC, em uma iniciativa tocada com o apoio do Founders Club.

Pela parceria, o Founders Club será responsável pela seleção e aceleração das startups de forma contínua, além de participar ativamente do comitê de investimento – definindo os critérios para aporte e quais negócios serão selecionados.

Segundo explica Anderson Diehl, Chief Growth Officer (CGO) do Founders Club, o grupo educacional deve investir inicialmente entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões nos próximos três anos, com aportes anjo e pré-seed de R$ 300 mil a R$ 500 mil por startup – ou seja, a meta é montar um portfólio de cinco a 10 startups investidas.

O foco da instituição de ensino é investir em startups de agro, saúde e – obviamente – de educação. O foco em áreas além do core tem a ver com recentes movimentos do Grupo Integrado – um deles foi a abertura de um novo polo educacional em Rondonópolis, no Mato Grosso, voltado a cursos na vertical agro e em parceria com o Agro Club Tecnológico, empresa de várias frentes de inovação e tecnologia, que atua para validar soluções e entregar valor aos parceiros do campo e às indústrias.

“É um modelo diferenciado de CVC, na verdade é um CVC com um olhar quase de venture building, olhando para o core da empresa mantenedora”, explica Anderson Diehl, em papo com o Startups. Do lado do Founders Club está o suporte para ir além do cheque, usando a estrutura do hub de conexão com empreendedores para acelerar as startups investidas.

Segundo Anderson, o programa com o CVC do Grupo Integrado envolve treinamentos e workshops, acessos a oportunidades e outras linhas de financiamento para projetos de inovação (editais, fundos, crowdfunding) e mentorias para estruturação de governança destas startups.

“Não é uma aceleração no sentido tradicional, que prevê um tempo limitado. O suporte é dado ao longo de todo o ciclo de investimento, com o Founders Club funcionando como uma espécie de conselho, olhando o negócio de fora e sugerindo melhorias”, completa Anderson.

Nova linha de receita

O acordo com o Grupo Integrado marca uma nova linha de atuação para o Founders Club, que completa um ano de atuação em 2024. Até então, um dos destaques da organização foi o projeto Young Founders, uma parceria com a Unisinos que conectou estudantes de universidades com o empreendedorismo e o ecossistema de inovação gaúcho.

Anderson Diehl, CEO do Founders Club (Foto: divulgação)
Anderson Diehl, CGO do Founders Club (Foto: Divulgação)

Já no caso com a universidade paranaense, o plano é levar oportunidades de corporate venture capital para uma camada do mercado em que este tipo de iniciativa pode ter cursos proibitivos, ainda mais se for montar um veículo à parte. Com o Grupo Integrado, o Founders Club fechou um modelo de gestão de CVC por um fee mensal, rodando a estrutura do fundo dentro do próprio grupo educacional.

“É um modelo tão eficiente quanto, mas menos oneroso para a empresa”, explica Anderson, comparando com outros modelos feitos por empresas aqui no Brasil. “Foi o modelo que percebemos como viável para levar oportunidades de investimento para empresas do middle market, aquelas que faturam de R$ 100 milhões a R$ 300 milhões no ano”, finaliza Anderson.