Fintech

Fintech e edtech também? Kamino mira novos caminhos para expandir

Completando 4 anos no mercado brasileiro, fintech de gestão de despesas lançou a Kamino Academy e já dobrou de tamanho em 2024

Gonzalo Parejo, cofundador e CEO da Kamino (Crédito: divulgação)
Gonzalo Parejo, cofundador e CEO da Kamino (Crédito: divulgação)

Com quatro anos na ativa, a fintech Kamino tem o desafio de concorrer em um mercado disputado, o de soluções para gestão financeira em empresas de pequeno e médio porte. Contudo, para se destacar de concorrentes como Conta Simples, Cora, Clara e outros, a empresa apostou em novos caminhos este ano. Um, inclusive, chama a atenção: a companhia resolveu criar um braço edtech, com cursos de educação financeira para seus clientes.

Lançada há pouco tempo, a Kamino Academy oferece cursos gratuitos para gestores, e a certificação PPM, metodologia própria para auxiliar empreendedores em temas como elaboração, organização e controle de planejamentos financeiros, desenvolvimento de processos e monitoramento de ações.

De acordo com o cofundador e CEO Gonzalo Parejo, a novidade foi lançada para compor o que ele chama de “caixa de ferramentas do empreendedor de médio porte”, ajudando negócios a crescer de forma sustentável.

“Segundo a OCDE, um dos maiores desafios para o crescimento do Brasil é o desenvolvimento das habilidades de gestão por parte dos empreendedores”, destaca Gonzalo, em conversa com o Startups.

Perguntado sobre como o braço educacional pode ajudar a companhia na retenção e aquisição de clientes, Gonzalo não entrou em dados, mas a estratégia segue a linha do que outras empresas tem buscado ao fazer movimentos semelhantes, colocando produtos de educação como uma forma de aumentar o chamado customer lifetime value.

De acordo com a pesquisa “The Fintech Effect”, do grupo internacional Harris Poll, cerca de sete em cada dez consumidores esperam que as fintechs foquem na educação financeira, a fim de ajudá-los a se manter disciplinados para atingir seus objetivos financeiros de forma mais rápida.

“Além de oferecer um software de gestão financeira, a Kamino deseja cumprir sua missão fornecendo conteúdos financeiros relevantes para o crescimento. Por isso, queremos oferecer ao empreendedor de médio porte materiais e metodologia que o ajudem a administrar melhor suas finanças”, destaca Gonzalo.

Kamino em alta

Quanto ao core business, Gonzalo afirma que a Kamino não tem do que reclamar. Com mais de 400 clientes na sua carteira, a empresa dobrou de tamanho até agora em 2024, gerenciando um total de R$ 18 milhões em pagamentos por mês.

“Conseguimos ser bem-sucedidos na nossa estratégia de go-to-market, expandimos nosso portfólio de integração e concluímos nossa oferta de cartão de crédito corporativo, incluindo cartões virtuais e físicos. Também estamos consolidando nossos posicionamentos junto das assessorias de investimento, grandes bancos e ERPs do mercado, como SAP e Totvs“, pontua Gonzalo.

Segundo Gonzalo, as integrações feitas pela fintech tem sido um importante gatilho de crescimento, uma mudança na estratégia da companhia, que até o ano passado tinha apostado em aquisições para impulsionar sua expansão. A principal delas foi a da Nimbly, um investimento de R$ 4 milhões que permitiu o início das operações de plataforma, com cartão e conta proprietários embarcados no sistema.

“A Kamino está sempre atenta às oportunidades de aquisições que aceleram sua visão de se tornar o software de gestão financeira com banco integrado para empresas de médio porte no Brasil. No entanto, a aquisição de empresas não é a única estratégia”, destaca o CEO.

Segundo Gonzalo, dinheiro no caixa não é uma preocupação para a Kamino, empresa que ele e Benjamin Gleason fundaram como sua segunda incursão como empreendedores, e de olho no potencial brasileiro no segmento de fintechs. No começo da década passada, Gonzalo foi um dos líderes na insurtech Bidu, enquanto Benjamin criou e vendeu o GuiaBolso.

A última captação da companhia foi um pré-seed de US$ 6,1 milhões em 2022, uma das maiores rodadas pré-seed vistas no país, liderada pelo fundo Inspired Capital, que também contou com a participação de fundos como Global Founders Capital, Fontes (fundo early stage de QED Investors), Picus Capital, entre outros.

“Em termos de funding, a Kamino tem investido em seu crescimento e utilizado de maneira eficaz os recursos levantados em nossa rodada pré-seed. Embora não precisemos de uma nova rodada neste momento, mantemos nossos investidores (atuais e potenciais) informados sobre os avanços da Kamino, para que, quando o momento ideal chegar, possamos captar recursos para continuar nosso crescimento”, finaliza o executivo.