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Depois de críticas, Nubank apresenta ações para promover diversidade racial – com investimento inicial de R$ 20 mi

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O Nubank anunciou hoje uma série de ações voltadas à promoção da diversidade racial dentro e fora da companhia. Em uma  carta-compromisso assinada pelos fundadores David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible, o neobank disse que fará um investimento inicial de R$ 20 milhões nessas iniciativas.

As medidas são uma resposta às críticas recebidas pela companhia depois de uma declaração da cofundadora Cristina Junqueira no programa Roda Viva, da TV Cultura, no fim de outubro. “Não adianta a gente colocar alguém para dentro que não vai ter condição de trabalhar com as equipes que a gente tem, de se desenvolver, de avançar na sua carreira, depois não vai ser bem avaliado… Aí a gente não está resolvendo problema, está criando outro”, disse ela ao ser perguntada pela jornalista Angelica Mari, da Forbes, sobre ações afirmativas para colocar mais negros na liderança da companhias.

“Ao longo da nossa história, avançamos muito pouco na pauta racial. Certamente não nos movemos na velocidade e intensidade que gostaríamos e nos é exigido pela sociedade e, em especial, pelos grupos sub-representados. Nas últimas semanas, tivemos a oportunidade de refletir sobre o quanto precisamos não só aprender, mas também agir para combater as barreiras impostas pelo racismo estrutural”, escreveram os fundadores.

Dentro de casa, a companhia disse já ter começado uma revisão de processos de contratação e avaliação de performance para eliminar barreiras e vieses que levam à sub-representação de negros e negras. O trabalho está sendo feito em parceria com o ID BR. Também está em curso um mapeamento de profissionais e executivos para posições de liderança e para a Diretoria e o Conselho. Em 2021, a companhia vai lançar um programa de mentoria e aceleração focado no desenvolvimento desses funcionários e outros grupos sub-representados.

Em uma outra frente, o Nubank pretende investir no monitoramento e análise de indicadores para medir os impactos de suas ações. Com 2,8 mil funcionários, a companhia está fazendo seu primeiro censo organizacional e vai publicar no 1º trimestre do ano que vem um relatório de impacto social, que será divulgado semestralmente. “As métricas de diversidade farão parte dos OKRs (objetivos e resultados chave) do Nubank em 2021 e serão associados à avaliação de performance dos executivos”, disse a companhia.

Entre as ações fora da companhia, o Nubank vai abrir um centro de tecnologia e experiência do cliente em Salvador (BA), que vai “ajudar tanto a trazer mais diversidade para o time do Nubank, como a entender melhor a realidade dos milhões de clientes que temos no Nordeste”. Anda não há data para inauguração.

A companhia também vai montar um fundo de capital semente para investir em startups brasileiras fundadas e/ou lideradas por empreendedores negros e negras em parceria com aceleradoras e organizações sociais.

Ainda estão previstas ações de treinamento e formação de jovens (1.000 com foco em linguagem matemática, inglês e programação e 250 programadoras negras) e a inclusão de critérios de diversidade na contratação de fornecedores.

“Sabemos ainda que o racismo é um problema estrutural na sociedade e vamos precisar de mais parceiros nessa jornada para um ecossistema mais inclusivo. Assim, reforçamos aqui nosso convite para que mais empresas, e especialmente bancos, fintechs e empresas do setor de tecnologia, se juntem a nós nessa agenda tão importante e urgente”, escreveram os fundadores na carta.