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A gigante região amazônica, com 5 milhões de km², faz a conexão entre suas 62 cidades majoritariamente pelos rios. Mas transitar de uma cidade para outra sobre as águas não é uma tarefa fácil, pelos problemas logísticos na região — dependendo do local, no interior do Amazonas, a viagem de barco pode levar até 3 dias. 

Pensando em solucionar tal impasse e revolucionar o transporte na Amazônia, os engenheiros aeronáuticos Felipe Bortolete e Lucas Guimarães decidiram criar um “barco voador” para vencer as grandes distâncias de maneira rápida e econômica. Para isso, se uniram ao amigo Tulio Silva e fundaram, no fim de 2020, a startup AeroRiver.

O projeto desenvolvido foi pensado na adaptação às condições operacionais do território amazônico. Batizada de Volitan, a aeronave com 18 metros de comprimento terá a capacidade de transporte de 10 passageiros, ou o equivalente a 1 tonelada em carga, com velocidade de cruzeiro (em torno de 150 km/h). É o primeiro veículo de efeito solo – fenômeno físico que permite seu desprendimento da água – adaptado para solo amazônico. Ele pode sobrevoar de 5 a 10 metros acima da superfície da água.

Segundo Felipe, o veículo é muito mais veloz que as embarcações mais rápidas utilizadas para transporte atualmente na região. “Para se ter ideia, no trajeto Manaus a São Gabriel da Cachoeira, um trajeto fluvial de 852 km, uma lancha leva 24 horas de viagem, enquanto o Volitan levará 6 horas”, conta. A criação também se destaca pela economia de combustível e menor emissão de CO2.

Parte do time AeroRiver: Brizamar Aguiar, Lucas Guimarães, Anderson Mattos, Felipe Bortolete e Tulio Silva

Linha do tempo

Com um investimento anjo de R$ 300 mil vindo de pessoas ligadas a um grupo de varejo que atua no Norte e Nordeste do país, a AeroRiver começou a se estruturar na metade de 2021. Agora, a startup se dedica a trabalhar em um protótipo subescala bem menor que o Volitan original e controlado por um rádio controle. A previsão é de iniciar os testes com o protótipo agora em julho.  

Para os próximos passos, a startup contará com a ajuda de R$ 1 milhão obtido em edital da Finep sobre transformação digital da Amazônia. A empresa, composta atualmente por 11 profissionais, foi a 1ª colocada com o projeto de sistema de controle embarcado no seu “barco voador”.

Pelo cronograma da startup, em 2024 será fabricado o primeiro protótipo do Volitan em escala real e, no ano seguinte, devem começar os testes. O plano é construir uma fábrica em Manaus, mas como ainda não há uma mão de obra especializada na região, as primeiras unidades serão produzidas por empresas terceirizadas, de outros estados. A expectativa é que, em 2016, o veículo receba certificação junto à Marinha e à Agência Nacional de Aviação Civil e comece finalmente a operar pelos rios da Amazônia.

“Calculamos que, após 20 meses do início da venda do 1º Volitan, prevista para 2026, atingiremos nosso breakeven. E aí, o faturamento previsto vai girar em torno de R$ 6 milhões mensais, considerando uma venda média de 3 veículos”, projeta Lucas. A Embraer e seu carro voador, o Eve, que se cuidem.

Assista o pitch da AeroRiver no canal do Startups no YouTube.

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