Ocupando quase 60% do território brasileiro (mais de 5 milhões de quilômetros quadrados), a Amazônia Legal reúne 9 Estados e 772 municípios. Para manter seu maior ativo, a floresta, em pé e gerar empregos, a região se apoia na bioeconomia, modelo de negócio de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos aliados às novas tecnologias.
É aí que surgem cada vez mais startups e iniciativas buscando sinergias e caminhos para a estruturação da bioeconomia do futuro na área formada pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão (oeste), Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Segundo a Abstartups, a Amazônia Legal possui atualmente 452 startups dos setores florestal, saneamento, alimentos e bebidas, energia, entre outros, divididas assim:
Nessa toada tem se destacado a Jornada Amazônia, iniciativa lançada este ano e coordenada pela Fundação CERTI. O projeto busca unificar os ambientes de inovação da Amazônia Legal e, por meio do empreendedorismo em escala, desenvolver e fortalecer a bioeconomia da região.
Segundo André Noronha, coordenador de projetos da CERTI, a ação vem sendo desenvolvida desde 2018. “Dedicamos 2 anos a estudos que deram norte para o projeto se formatar, para mapear o ecossistema, descobrir onde estão as lacunas e o que pode ser feito para unificar e fortalecer as startups da região”, explica.
Conexões com o mercado
A iniciativa contou com R$ 5 milhões aportados pela CERTI e por investidores estratégicos. Os recursos foram destinados a apoiar o mapeamento de todo o ecossistema e para a criação do programa Sinergia. Por meio dele são selecionadas startups que possuem potencial de gerar valor para a floresta em pé. O objetivo é promover a troca de conhecimento entre ecossistemas de inovação, criando fluxos de aprendizado e crescimento para todos os envolvidos.
Na primeira etapa do Sinergia, 30 startups receberam um diagnóstico de competitividade e priorização de ações de melhoria. Destas, foram então escolhidas 15, que durante 4 meses receberão apoio por meio de mentoria especializada, conexões com mercado, empresas, investidores e atores do ecossistema de inovação para ajudar a alavancar negócios. Directto, Belterra Agroflorestas e Amazon Doors são algumas das selecionadas.
“Ao contrário de um programa de aceleração, que tem uma linearidade maior, o Sinergia busca desenvolver um plano de curto prazo para ajudar a resolver o que está mais crítico ao negócio da startup, buscando recursos e parceiros para isso”, diz André.
Para 2022, a Jornada deve promover uma nova edição do programa Sinergia e lançar pelo menos 2 mecanismos de fomento à criação de negócios. Há uma aproximação, conversas com parceiros como o banco Banpará e o Fundo Vale, para desenvolver iniciativas integradas à Jornada, mas sem prazo definido para a concretização.
Já entre as metas para os próximos 5 anos estão a preservação de 1 milhão de hectares, como resultado do trabalho das cadeias produtivas inovadoras que já atuam na região. Também há a estimativa de R$ 400 milhões movimentados com produção sustentável, 400 empreendimentos inovadores de impacto criados, além de 40 mil talentos impactados pela temática de empreendedorismo de impacto.
Jornalista com 12 anos de experiência no mercado de TI corporativa dedicados à apuração e produção de reportagens sobre tecnologia, negócios, finanças e carreira, incluindo a cobertura de eventos internacionais. Tem passagens por veículos e empresas de mídia de destaque do segmento, como TI Inside e IT Mídia.