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Inovação colaborativa: parcerias podem transformar o sistema de saúde

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*Olavo Corrêa é diretor geral da AstraZeneca Brasil

Se a inovação por si só já é poderosa onde quer que ela aconteça, imaginem o potencial da inovação colaborativa no âmbito da saúde. A pandemia expôs a necessidade dos atores do ecossistema do cuidado se comprometerem com pesquisa e desenvolvimento e com a construção de sistemas de saúde mais sustentáveis e resilientes com o objetivo de salvar vidas e de gerar inclusão e equidade de fato. De lá para cá, isso vem ficando cada vez mais evidente, e puxando novos players para a conversa – e para a ação.

Afinal, ninguém, nenhuma empresa ou instituição é capaz de gerar diferença ampla e constante sozinho: o compartilhamento de conhecimento e a colaboração entre as partes, impulsionadas pela transformação digital e novas tecnologias, é fundamental para que as melhores ideias – e os melhores processos – sejam implementadas mais rapidamente e atinjam o maior número de pessoas.

Nesse sentido, temos visto empresas, por meio de parcerias entre elas, startups e demais instituições, buscando meios de aumentar o acesso, tornar a saúde cada vez mais digital e facilitar que as informações cheguem à sociedade. A boa notícia é que, no Brasil, o movimento parece ter ganhado tração – de acordo com o relatório A Evolução das Startups no Setor de Saúde – 2021/2022, organizado pela PWC, há 397 startups de saúde ativas no Brasil e certamente, pelo próprio perfil do negócio, muitas delas estão atuando em colaboração.

Potencial na saúde

Mas o que a inovação colaborativa tem proporcionado para a saúde das pessoas? As instituições estão descobrindo isso juntas, mas vale ressaltar que digitalização de sistemas e saúde preditiva estão no centro das conversas. Integrar dados ou encontrar meios de acelerar o diagnóstico tem o poder de trazer mais economia e eficiência à saúde, seja reduzindo desperdícios com exames e consultas desnecessárias, seja propiciando a comunicação e integração dos sistemas utilizados na rede pública que visam uma série de avanços.

Nas áreas de inovação aberta e inteligência artificial as possibilidades de aplicação na área da saúde são infinitas. Já observamos a descoberta e o desenvolvimento de novos medicamentos em um tempo reduzido, com especialistas em ciências de dados empenhados na construção de algoritmos que combinam informações de ensaios clínicos com casos reais e identificam padrões na progressão de doenças ou em como pacientes respondem a diferentes terapias.

Os avanços irão além, por meio de melhorias no gerenciamento de sistemas, interconexão de dados, agilidade nos processos de atendimento e vigilância de crises em saúde e mais ações nesse sentido. A tecnologia pode inclusive assegurar uma melhor alocação de recursos e um melhor gerenciamento de filas no setor público – um calcanhar de Aquiles na busca por uma saúde menos desigual no Brasil.

Para o paciente, essas transformações têm o poder de propiciar maior autonomia no gerenciamento da sua saúde, no acesso à informação e a testes de triagem para a prevenção de doenças, por exemplo. Por meio do cruzamento de dados, podem assegurar um diagnóstico mais rápido e preciso, principalmente em áreas desafiadoras da medicina, como oncologia e doenças raras, além da intervenção multiprofissional em doenças cardiometabólicas e suas complicações, resultando na transformação das jornadas de saúde e melhorias em qualidade de vida.

Preencher essas lacunas e assegurar o acesso da população à essas inovações baseadas em ciência é uma tarefa de todo o ecossistema de saúde, que deve colaborar de maneira ética e responsável. Assim, poderemos transformar o sistema de saúde brasileiro em um motor de inovação, garantindo que nenhum paciente seja deixado para trás, em uma prioridade inegociável para todos.

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