fbpx

Investimento em startups: será que todas realmente precisam?

Compartilhe

*Matheus Martins é advogado e fundador da Barcelos Martins Advogados

As startups têm sido uma força impulsora na economia global nas últimas décadas. Essas empresas inovadoras e ágeis têm desafiado os modelos de negócios tradicionais, lançando novos produtos e serviços que transformam indústrias inteiras. No entanto, uma pergunta que muitos empreendedores fazem é em relação a investimento em startups: será que todo negócio precisa de um aporte externo para ter sucesso.

Antes de mergulharmos na necessidade de investimento em startups, é importante entender o que define uma startup. Elas são empresas jovens, geralmente criadas em condições de incerteza, que têm o potencial de crescimento rápido e escalabilidade inerente ao seu modelo de negócio. Normalmente, operam em setores de alta inovação e disrupção, como tecnologia da informação, biotecnologia, mercado financeiro e muitos outros.

Startups no Brasil

O Brasil conta com 12.040 startups, segundo o relatório “Inovação em Movimento: um mapa sobre as startups no Brasil em 2023”, realizado pela Cortex, e somente nos últimos dez anos foram abertas mais de 7 mil no Brasil.

As startups costumam enfrentar desafios significativos, como a falta de recursos, concorrência feroz e incertezas constantes. No entanto, essas empresas também têm a vantagem de serem altamente adaptáveis e capazes de mudar de direção rapidamente para se ajustarem às demandas do mercado.

Com o investimento externo, é possível acelerar o crescimento e desenvolvimento de muitas startups. Segundo o levantamento Inside Venture Capital Report, elaborado pelo Distrito, foram realizadas 91 rodadas de investimento em startups de janeiro a março deste ano, o que movimentou o mercado com uma injeção de US$ 247,02 milhões. No mesmo trimestre do ano passado, o setor contabilizou 306 rodadas e US$ 1,7 bilhão em investimentos.

Investimento em startups

O papel do investimento em startups

A aceleração do crescimento é o principal ponto para procura de investidores. Isso pode incluir a contratação de talentos, expansão para novos mercados, pesquisa e desenvolvimento de produtos e marketing. O investimento externo pode fornecer o impulso financeiro necessário para alcançar esses objetivos no menor prazo possível.

E se os investidores forem experientes, eles trazem mais do que apenas dinheiro para a mesa. Eles geralmente têm uma vasta rede de contatos, experiência em gestão e conhecimento da indústria que podem ser inestimáveis para uma startup. Além disso, eles podem fornecer orientação estratégica e ajudar a empresa a evitar armadilhas comuns.

O interesse de investidores externos muitas vezes valida o modelo de negócios de uma startup. Isso pode tornar mais fácil atrair clientes, colaboradores e outros parceiros de negócios.

Investir em startups: nem sempre uma necessidade absoluta

Contudo, embora o investimento em startups possa ser uma opção valiosa para muitas startups, não é uma necessidade absoluta. Algumas startups conseguem se tornar autossuficientes sem buscar financiamento externo. Isso geralmente acontece em casos em que a empresa opera em um mercado de nicho com baixos custos iniciais, tem receitas recorrentes estáveis ou possui um modelo de negócios que gera lucro rapidamente.

O caminho para a autossuficiência, no entanto, geralmente envolve um crescimento mais lento e pode limitar o alcance e a escala da startup em comparação com aquelas que buscam investimento externo.

Sendo assim, a necessidade depende de diversos fatores, incluindo o modelo de negócios da startup, o mercado em que opera e os objetivos de crescimento. Investidores externos podem fornecer os recursos e a experiência necessários para acelerar o crescimento e aumentar as chances de sucesso, mas também vêm com compromissos e expectativas.

Portanto, a decisão de buscar investimento externo deve ser cuidadosamente ponderada e alinhada com a visão e os objetivos da startup. Cada caso é único, e a escolha de buscar ou não financiamento deve ser baseada em uma análise cuidadosa das circunstâncias específicas da empresa. O importante é que, independentemente da escolha, o foco deve estar sempre na criação de valor para todos os envolvidos e na construção de um negócio sólido e sustentável.

LEIA MAIS