
*Por Reinaldo Rabelo, CEO do MB
O Brasil não vê um IPO desde 2021, não apenas pela liquidez escassa, mas pela burocracia que engessa o mercado de capitais tradicional, dominado por players pouco interessados em inovação. Enquanto o mundo cripto-blockchain desenvolveu aplicações rápidas e eficazes, bancos de investimento e a bolsa local permaneceram alheios às novas tecnologias que poderiam reduzir intermediários e melhorar a eficiência das operações.
Esse cenário desafiador é também terreno fértil para empreendedores capazes de reinventar modelos de negócios. Nesse contexto, o MB | Mercado Bitcoin desponta ao unir expertise tradicional e inovação tecnológica. Por meio da tokenização, integrou em uma exchange as funções de estruturação, central depositária e distribuição, garantindo governança robusta graças à blockchain.
O projeto pioneiro MB Tokens em 2019 validou esse modelo ao replicar o mercado de renda fixa tradicional via tokens, conquistando sucesso imediato e abrindo portas para o desenvolvimento de captações de maior risco, como investimentos em startups. Ao contrário do crowdfunding tradicional, limitado a estágios iniciais, a tokenização atende empresas em fases mais maduras, facilitando processos como exits secundários e monetização de RSUs e Stock Options.
Dois casos exemplificam essa inovação: AsaaS e Gringo. No primeiro, o MB Startups, em parceria com a Jupter Capital, tokenizou R$ 26 milhões em participação, permitindo que investidores qualificados entrassem com menor exposição ao risco. Em menos de um ano, o ativo valorizou quase três vezes, garantindo liquidez rápida e transparente aos investidores. A Gringo seguiu caminho semelhante: uma operação privada de R$10 milhões em warrants atraiu investidores junto a grandes fundos como Valor Capital e Kaszek, culminando em exit rápido com a aquisição pelo Sem Parar, beneficiando investidores com liquidação simples e eficiente.
Essa revolução digital está apenas começando. O futuro pertence ao investidor, com mercados cada vez mais dinâmicos e democráticos, impulsionados pela tecnologia blockchain, que simplifica processos, reduz custos e oferece segurança e liquidez nunca antes vistas. O IPO tradicional pode estar morto, mas a nova era dos investimentos digitais está mais viva do que nunca.