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* Guilherme Junqueira é CEO da Gama Academy

A agenda de transformação ESG é um tema que tem ganhado espaço no mundo comparativo. A adoção de práticas voltadas às questões de governança, social e corporativa tornaram-se fundamentais no mundo contemporâneo. Desde empresas que desejam adquirir crédito no mercado a aquelas que almejam crescer de forma sustentável, todas elas têm seus objetivos diretamente afetados por esses princípios. 

Algumas empresas já perceberam, outras ainda estão a descobrir que o ESG é um pilar estratégico de enorme importância para a durabilidade de qualquer negócio na atualidade. A cobrança por ações mais incisivas nesta direção não surge somente de investidores, mas também da sociedade. Por isso, independentemente do segmento, o fato é que todas devem se envolver no tema. 

Há, naturalmente, muitos desafios a se enfrentar. E setores como o de tecnologia, dão um norte de como as empresas ainda têm dificuldades em avançar nesta direção. Uma pesquisa realizada pela Gama Academy com empresas de segmentos distintos indicou que as companhias têm grandes dificuldades para contratar mulheres e minorias para seus departamentos de tecnologia. De acordo com o levantamento, elas lideram o ranking, sendo o perfil em que 54% das companhias têm dificuldades para recrutar, e são seguidas por PcDs, com 53%. 

Portanto, ampliar a agenda ESG com foco em diversidade e inclusão no mercado de tecnologia esbarra em questões estruturais, como acesso à educação e qualificação técnica. É bem verdade que muitas empresas têm se engajado nesta questão, com a promoção de programas de formação exclusivos para minorias. A ampliação da diversidade no espaço de trabalho passa, invariavelmente, por uma compreensão maior das empresas quanto à necessidade de fomento a essa agenda e maiores investimentos. 

É a partir desta percepção que o pilar ESG ganha mais atenção no mercado. No caso da tecnologia, tais investimentos na formação de profissionais para a construção de equipes mais diversas e plurais, tem sido o caminho adotado para se adequar aos princípios norteadores dessa agenda de transformação. Porém, mais que isso, essas iniciativas têm contribuído não só com a construção de um ambiente de trabalho mais diverso, mas têm ajudado também no próprio crescimento das empresas, tornando-as mais resilientes a crises e falhas, proporcionando um crescimento sustentável. 

Portanto, a despeito dos obstáculos, o engajamento maior do setor de tecnologia na agenda ESG é um movimento de grande relevância e que tem contribuído com o crescimento destas empresas. A contratação de talentos provenientes de minorias, a promoção de mulheres a cargos de lideranças e outras iniciativas de impacto social constituem, inegavelmente, um avanço, mas é necessário seguir investindo, sob risco de ficar para trás. E em um mercado altamente competitivo como o da tecnologia, o investimento tardio pode significar desde a perda de mercado à relevância da empresa. 

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