Os preços caíram: É hora de investir em startups

* Mark Udler é responsável por Desenvolvimento de Novos Negócios e investidor da Ventiur

Alguns meses atrás, escrevi sobre “Por que investir em startups em meio a turbulência econômica e política”, e recentemente cruzei com alguns gráficos produzidos por um pessoal do mercado financeiro tradicional (B3, a bolsa de valores) que me fizeram refletir sobre investir racionalmente versus fazê-lo emocionalmente. 

Investir em startups em meio a uma turbulência econômica e política parece uma ideia arriscada, mas pode ser uma estratégia inteligente para investidores racionais. O mercado financeiro tende a ser mais emocional do que racional, com investidores fugindo quando os preços estão baixos e comprando quando estão altos. No entanto, para aqueles que têm a habilidade de buscar oportunidades em momentos de crise, esses movimentos de baixa podem oferecer oportunidades únicas.

Muitas startups com bons resultados foram impactadas pelas turbulências recentes, com destaque para a quebra do Silicon Valley Bank, e seus valuations foram reajustados para valores mais justos. Isso significa que agora pode ser o momento ideal para investir nessas startups com grande potencial de crescimento. Não canso de citar Warren Buffett/Nathan Rothschild: “Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos”. Em outras palavras, compre quando os preços estão baixos e o mercado está depressivo, e venda quando estão altos e os investidores estão eufóricos.

Para as startups, juros altos trazem redução dos múltiplos que são usados para calcular o valuation dos empreendimentos. Sendo assim, se o investidor tem R$ 500 mil, ele pode ser dono de 10% de uma empresa cujo valor esteja estimado em R$ 5 milhões. Porém, devido aos juros altos, se esse valuation cair para R$ 4,5 milhões, com um valor menor (R$ 450 mil), ele poderá adquirir o mesmo percentual da startup. Quando os juros baixarem e a empresa aumentar seu faturamento e sua lucratividade, o investidor terá um retorno mais alto, uma vez que sua participação na composição do capital empresarial também será maior.