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Boa tarde,

O mercado de venture capital na América Latina está cada vez mais badalado, parecendo um episódio do programa do “meu amigo” (mentira, nem conheço ele) Amaury Júnior: gente rica elegante e sincera. Só a nata! E mais convidados estão chegando. Na semana que passou a mítica Sequoia Capital cravou que vê oportunidades na região pelo amadurecimento do ecossistema.

O post assinado por Doug Leone, um dos principais sócios da gestora, foi publicado pouco depois de a 1ª aposta deles na região, o Nubank, apresentar sua arma para disputar o mercado de cartões premium: o Ultravioleta, um cartão com benefícios do Mastercard Black feito de metal e com emissão não atrelada à análise de renda, mas de crédito. Um esforço para resgatar aquele clima de festa VIP do comecinho da operação

Também saiu a notícia de que a SoftBank (uma espécie de anfitrião da balada) pretende ampliar o salão de festas… digo, os investimentos por aqui, lançando um 2º fundo de US$ 5 bilhões.

Keep it comin’ love
Keep it comin’ love
Don’t stop it now
Don’t stop it no, don’t stop it now, don’t stop it

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe


SEMANA DE 5 de JULHO 11 DE JULHO

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • O banco digital will bank recebeu um aporte minoritário liderado pelo fundo de private equity da XP e pela gestora Atmos Capital no valor de R$ 250 milhões. Fundado em 2017 pela família Piana, empreendedores do setor financeiro do Espírito Santo, e por Felipe Felix, o will bank já emitiu mais de 1,7 milhão de cartões e tem mais da metade dos seus clientes na região Nordeste do país, onde é um dos líderes do mercado. Em 2020, a fintech reportou receita superior a R$ 500 milhões, o dobro do registrado em 2019.
  • A Investo, gestora especializada em ETFs do Brasil, fechou uma rodada seed de R$ 15 milhões com cinco investidores egressos da universidade de Harvard, onde o fundador da companhia, Cauê Mançanares, fez MBA. Entre os principais nomes está Rene Kern, ex-conselheiro da BM&FBovespa e Managing Director da General Atlantic. Com o investimento, a empresa pretende impulsionar a infraestrutura da operação e aumentar a eficiência dos ETFs com previsão de lançamento ainda em 2021;
  • A fintech Guru, que começou a operar como um aplicativo de agregação de investimentos, levantou uma rodada de R$ 12 milhões liderada pelo multi-family office para concretizar sua ambição de ser uma corretora. No momento, o foco está nos ativos negociados na B3, mas até o fim do ano serão adicionadas criptomoedas e ações americanas. As operações são feitas por meio da Ideal CTVM. O aplicativo tem 300 mil usuários cadastrados;
  • A Pingback, uma plataforma de publicação de conteúdo a lá Substack e Medium, recebeu uma rodada seed de R$ 2 milhões que teve participação da Hotmart, da SaasHolic – do fundador da Rock Content, Diego Gomes – e de Amure Pinho (os dois últimos já eram investidores);
  • A hrtech Rocketmat, que usa inteligência artificial para processos de seleção de candidatos, levantou uma rodada de R$ 8 milhões liderada pela Smart Money Ventures, do fundador da Movile, Fábio Póvoa, com participação da DOMO e da Alexia Ventures;
  • A Nexodata, que concorre com a Memed no ramo das prescrições médicas digitais, levantou uma rodada série A de R$ 35 milhões com participação do MELI Fund, Hospital Israelita Albert Einstein, Floating Point, FIR Capital e do family office do fundador da XP, Guilherme Benchimol. Até então, a empresa já contava com invetidores como LTS Investments, de Jorge Paulo Lemann, Arpex Capital, de André Street, além de IKJ Capital, Eduardo Mufarej, Juscelino Martins (Martins e Tribanco), Marcello Silva, Marco Kheirallah, Veronica Serra e Maurício Ceschin (ex-ANS e Hospital Sírio Libanês), que acompanharam a rodada. A companhia, criada pelos fundadores da Vitta, que venderam a empresa para a Stone (tá vendo porque tem o JPL e o André Street no meio?) opera em um modelo B2B2C, com hospitais e instituições de saúde oferecendo o sistema para sua base de médicos;
  • A BRF anunciou um investimento de US$ 2,5 milhões na startup israelense Aleph Farms, e quer produzir carne cultivada a partir de células bovinas não geneticamente modificadas em 2024. “A Visão 2030 da companhia está alinhada em seguir construindo alimentação saudável e sustentável. E dentro deste pilar de novas proteínas, assim como a carne vegetal, a tecnologia de carne cultivada é um dos caminhos”, afirmou o vice-presidente de Novos Negócios da BRF, Marcel Sacco, à agência Reuters.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • A Ânima Educação comprou 55,78% da edtech Gama Academy por R$ 33,8 milhões. A fatia restante pode ser comprada no início de 2026 com base no EBITDA auditado de 2025.A operação marca um reforço no portfólio formações relacionadas ao mundo da tecnologia do grupo, que já conta com iniciativas como a SingularityU Brazil, uma parceria da HSM – que pertence à Ânima Educação – com a Singularity University. O Brasil tem um déficit de 750 mil profissionais na área de tecnologia, segundo estimativa da Brasscom. A Gama Academy tinha como investidor a Smart Money Ventures, do fundador da Movile, Fábio Póvoa. Em post no blog da rede de investidores anjo, ele escreveu que entrou no captable em outubro/16, com um aporte de R$ 400 mil a um valuation pre money de R$ 3,1 milhões. No começo de 2020 veio um novo investimento, de R$ 3,1 milhões;
  • O Triider, marketplace de serviços de reformas da Juntos Somos +, comprou a operação brasileira da Habitissimo. Com o negócio, que não teve o valor revelado, a companhia amplia sua atuação, passando a ter também obras de grande porte, além dos serviços de pequenos reparos. O Habitissimo nasceu na Espanha em 2009 e foi comprado pela inglesa Homeserve em 2017. No Brasil desde 2012, ele tem 582 mil profissionais cadastrados, que vão se somar aos 2,2 mil da Triider e criar o “maior marketplace de serviços focado em construção” do país, segundo Juliano Murlick, fundador da Triider;
  • O market4u, rede de mercados autônomos de Curitiba, anunciou a aquisição da Numenu – que começou a venda de produtos em carros da Uber e 99 e no meio da pandemia pivotou para os condomínios. Com a compra total, o market4u passa a atender mais de 1.500 condomínios, ampliando seu portfólio de produtos e com expectativa de faturar R$100milhões até o final de 2021. A startup tinha levantado R$ 1 milhão em rodadas anjo e pre-seed com Bossa Nova, Verve Capital e Garan Ventures, segundo o Crunchbase;
  • O Magalu comprou mais uma. Dessa vez, foi a Juni Marketing Digital, especializada na otimização de conversão de vendas para o e-commerce. O valor da transação não foi revelado;
  • A TIVIT também fez um novo negócio. Dessa vez ela arrematou a Lambda3, empresa de software especializada em transformação digital. O valor da operação não foi revelado, mas faz parte dos R$ 400 milhões que a companhia de serviços de tecnologia separou para comprar startups;
  • A Superlógica e a Ahreas, que atuam no mercado de administração de condomínios no Brasil, anunciaram uma fusão. Com o acordo, a Superlógica alcance 50% do mercado e passe a atender com seu software mais de 100 mil condomínios em todo Brasil. Com mais de R$ 38 bilhões transacionados em sua plataforma, dos quais R$ 14,5 bilhões através de seus serviços financeiros, a Superlógica prevê um faturamento de mais de R$ 200 milhões em 2021. Com a fusão, o valor transacionado chegará a expressivos R$ 53 bilhões por ano, abrindo portas para revisar a projeção de faturamento ao oferecer novas soluções financeiras para a base de clientes da Ahreas. No começo de 2020 a Superlógica tinha recebido um aporte de R$ 300 milhjões da Warburg Pincus;
  • A rede franquias de de petshops Petland anunciou 2 movimentos: comprou 50% da Vet Sign, uma plataforma de conteúdo para veterinários, e fez um investimento minoritário na A Quinta, startup que desenvolve comidas naturais para cães e gatos;
  • O PagSeguro viu seus papéis perderem um quinto do valor depois de o Brazil Journal noticiar que a companhia estava prestes a comprar o banco BV por R$ 16 bilhões. A companhia negou a intenção, e no fim do pregão de quinta-feira, a queda foi de 8%. O que poderia ser um movimento interessante de reforço na operação, foi visto como uma operação cara e sem muito a ver com o negócio do PagSeguro, que está mais voltado a ofertas para o varejo – enquanto o BV, que busca uma listagem na B3, é muito atuante em empréstimos.

ULTRAVIOLETA

Depois de anos de expectativa, o Nubank apresentou ao mercado seu cartão premium, o Ultravioleta. O cartão é, na verdade, um cartão Mastercard Black, com benefícios como acesso sala VIP e seguro viagem, mas com alguns elementos adicionados pelo Nubank. O primeiro é o próprio nome e a cor. Tudo para não perder as características da marca do neobank. Outros detalhes adicionais são o uso do metal ao invés de plástico e o cashback de 1%, com rendimento de 200% do CDI. Ah, faltou falar que, ao invés de critério de renda, como os bancos normalmente usam para os cartões premium, a concessão do cartão levará em conta a análise do histórico de crédito. A mensalidade do cartão será na faixa dos R$ 45, mais baixa que os R$ 80 de outros bancos, mas poderá ser isenta para quem gastar acima de R$ 5 mil por mês ou tiver investimentos de R$ 150 mil no Nubank ou na Easynvest. Com o novo cartão, o Nubank tenta buscar o ar de exclusividade que tinha no seu lançamento em 2013, e assim seduzir os clientes que hoje estão na XP, BTG, Personnalité e afins. A novidade, que demorou 18 meses para ser desenvolvida porque envolveu a benção da matriz da Mastercard nos EUA, foi recebida com desconfiança por não ser tão revolucionária assim.

CRÉDITO NA PRAÇA

A Fintech brasileira a55, que oferece crédito para empresas de tecnologia e receita recorrente, quer liberar mais de R$250 milhões em créditos no mercado de startups. PAra isso, firmou parceria com os investidores âncora boostLAB, hub de negócios do BTG para empresas tech, do qual ela foi uma das participantes, e fundos geridos pela Empírica, gestora especializada em crédito estruturado.

WELCOME (AGAIN) SEQUOIA!

Um dos fundos mais icônicos do Vale do Silício, a Sequoia Capital, fez um post elogioso à América Latina e disse enxergar oportunidades na região. A ideia não é montar um escritório por aqui, mas visitar com mais frequência – uma vez por mês ou uma vez a cada 2 meses – para se encontrar com fundadores e manter contato com o ecossistema. O plano também não é fazer um grande número de investimentos. A gestora já tinha tentado uma incursão por aqui entre 2011 e 2013 com Davi Vélez como emissário. Mas o mercado ainda era muito incipiente, então não valia a pena o esforço. Eles acabaram fazendo um investimento seed na ideia maluca de brigar com os bancos dada pelo colombiano. Mais tarde, em 2016, colocaram dinheiro na Rappi.

MAIS DINHEIRO DA SOFTBANK

A SoftBank pretende montar um novo fundo de US$ 5 bilhões para investir na América Latina, segundo a agência Bloomberg. A ideia é usar os recursos para investir em companhias em estágios seed e série A. O prazo é condizente com o ciclo de fundos de venture capital, que são captados a cada 2 anos. O dinheiro novo também é interessante agora uma vez que a companhia já alocou praticamente metade do seu 1º fundo desde 2019 – o que deixa a outra metade para possívei follow ons, pelas “regras” do mundo do VC. Ao que tudo indica, a SoftBank será a única investidora do novo fundo, assim como aconteceu com o 1º.

FALANDO EM SOFTBANK

A companhia japonesa e a chinesa Tencent deixaram de lado o plano de listar o aplicativo de fitness Keep nos EUA depois da pressão de Pequim sobre as empresas de tecnologia chinesas

INOVAÇÃO ABERTA

A Nestlé lançou uma plataforma de inovação aberta. Batizado de Panela, o projeto vem para fomentar parcerias da companhia com universidades, startups, scaleups, parceiros empresariais e colaboradores. O programa nasce em cima do trabalho da área de inovação da companhia, criada em 2014, e já vem com 43 parcerias de startups em andamento, entre pilotos e aceleração. A iniciativa conta com parceiros como Endeavor e o Distrito . O Panela ainda prevê a colaboração dos funcionários da Nestlé por meio do programa de intraempreendedorismo da empresa, o Reinvent. Os programas do Panela atendem às demandas de toda a cadeia da alimentação – do campo à mesa. Três projetos de aceleração, por exemplo, estão com healthtechs. Outros são de backoffice, como os dos setores de RH e finanças. A maioria, é de foodtechs.

REBRANDING DA SEMANA

A agtech Agronow mudou de nome e passa a se chamar A de Agro (sacou, sacou????). A nova marca chega no momento em que a startup acidiona serviços financeiros à sua oferta, passando a ser uma agfintech.

ENSINO A DISTÂNCIA

A operadora TIM anunciou um acordo com a Kroton, do grupo Cogna, para a oferta de cursos por meio de ensino a distância. O acordo está sendo feito debaixo da Ampli, aplicativo lançado pela Kroton ano passado. Pelo acordo, a TIM poderá ter até 30% do negócio, dependendo de quantas matrículas trouxer. O acordo é semelhante ao que a operadora fez com o banco C6.

PRODUTOS NOVOS NO ENJOEI

O Enjoei lançou a possibilidade de marcas terem suas próprias lojas e venderem produto novos no marketplace. O novo recursos se chama “Reais Oficiais”. Entre as marcas já disponíveis estão Puket, Darling, Lucy in the Sky, Livo, Baw Clothing, Disney, Ava Intimates, Sidewalk e Clube Marisol. Além da venda das novas coleções, as marcas também disponibilizam peças de coleções passadas e promoções exclusivas para a plataforma. Como primeiros parceiros dessa integração, o enjoei conta com a VTEX e a Hub2b. As marcas que utilizam os serviços de tecnologia dessas empresas podem oferecer seus produtos dentro do marketplace com facilidade e condições especiais.

IPO DA PRIVALIA

A Privalia, plataforma de outlet online, fechou duas transações com o BTG Pactual para turbinar seu IPO. O banco vai ancorar a oferta, ficando com 5% do capital, e seu braço de varejo, o BTG+, será parceiro financeiro do site, com produtos para clientes e fornecedores.

LISTAGEM DIRETA

A Wise, antiga Transferwise, fez sua estreia na bolsa de Londres. A abertura aconteceu por meio de uma listagem direta que avaliou a companhia em US$ 11 bilhões.

SUE THE BASTARDS!

O ex-presidente dos EUA, que lançou sua rede social Gttr, e que já foi hackeada, entrou com processos contra os presidentes do Facebook, Google e Twitter. Ele acusa as empresas de censura e pede que suas contas no Facebook e no Twitter sejam restauradas e também pede o pagamento de danos morais pelas companhias

DANÇA DAS CADEIRAS

  • A Astella contratou Cassio Azevedo. Ele se junta ao time da gestora para a criação de uma área específica de inteligência de dados. Ele teve passagens pela multinacional Glencore e acumula experiências como cofundador das startups Advanced Potash Technologies e Medicinae Solutions;
  • A Alexia Ventures, fundo dirigido por Patrick Arippol e Wolff Klabin, anunciou a chegada de Bianca Martinelli para reforçar sua expansão regional. Com mais de 15 anos de experiência, ela tem passagem pela RD Station, onde foi responsável pela expansão internacional da empresa, e diversas posições na matriz da Endeavor, nos Estados Unidos, sendo a última a Vice-Presidência de Operações Globais.
  •  O Pipefy recrutou Justin Sears, ex-executivo da Lucidworks e OmniSci, ingressou na companhia como CMO (chief marketing officer). Nessa função, ele liderará a estratégia de marketing, o posicionamento e os programas da empresa. Justin se reportará ao presidente e COO da Pipefy, Ananth Avva.
  • A Pipedrive contratou Laurence Capone para tocar as operações, o planejamento, a contabilidade e sua estratégia financeira. A CFO trabalhou na ADP por 20 anos, onde atuou como CFO da Global Enterprise Organization, CFO de Vendas e Marketing Mundial e CFO de Serviços para Pequenas Empresas. Ela também ocupou cargos de liderança na Unidade de Negócios de Mid-Market e na Função Corporativa de FP&A. A executiva entrou na ADP na aquisição da GSI, em Paris – antes de se mudar para os Estados Unidos. Antes disso, ela trabalhou na Arthur Andersen LLP, na França.

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