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SXSW 2024: lições valiosas para você, founder brasileiro

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Fui a primeira vez para o SXSW, maior evento de economia criativa do mundo, um festival bem tradicional que teve início na década de 1980. De lá pra cá, aquilo é um verdadeiro fenômeno e, até então, eu não entendia o motivo.

Mas a verdade é que eu nunca estive em um evento com conteúdos tão diretos e ricos como este. É falado o que a gente precisa saber, não tem firula, enrolação e nem fantasia. Aprendi como nunca! Costumo dizer que virar uma fundadora me deixou com os ouvidos imensos e com a boca pequena; o SXSW virou música para os meus ouvidos.

Mas ir para lá é um privilégio para poucos. O preço é “salgado” e, como eu sei bem como é essa realidade, vou resumir aqui alguns pontos que ouvi nas palestras e que caíram como uma luva para a Mention – a startup que eu fundei.

  • Como encontrar o investidor anjo certo para o seu negócio?

Esse foi um dos melhores conteúdos do evento e, mesmo tendo passado dessa etapa, o palestrante David S. Rose, fundador do Gust e New York Angles, deu uma dica prática e matadora: https://signal.nfx.com/login. Nesse site é possível encontrar anjos por tese e também tamanho do cheque.

Algo assim ajuda qualquer founder early stage.

  • Olhar cético e animado para IA

Eu vi muitas palestras que mostraram a IA com um olhar otimista, mas a esmagadora maioria fala sobre a necessidade de avaliar o nível do uso da tecnologia nas startups, para evitar algo superficial ou fake (especialmente para aqueles investidores ávidos para surfar a trend). Vi também várias questões sobre o uso ético e regulamentado da tecnologia e como os governos precisam se movimentar para isso.

Essa discussão já surge no Brasil, ainda tímida, mas mostra que estamos antenados nas cobranças dos novos adventos e que essa pode e está se tornando uma dor global.

  • A recessão no venture capital também está pegando em todo o mundo, mas ainda ficamos muito atrás

Vários painéis abordaram a dificuldade de levantar capital. Sim, o inverno das startups bateu em cheio no venture capital americano e derrubou os valuations nas rodadas de seed em diante. Mas quando olhamos a queda das valuations e tamanhos dos cheques – inclusive no early stage, notamos que o Brasil ainda fica muito aquém da realidade encontrada em um mercado mais maduro.

O dever de casa do empreendedor digital brasileiro e também do investidor, é levantar a barra nas negociações – e isso não significa tornar mais difícil – para mostrar ao mercado que o ganha-ganha está nos dois lados da moeda e não só do founder, que é muitas vezes o que parece nas negociações.

  • Pressão pelo aumento dos deals

O mercado americano está se preparando para a retomada dos investimentos em venture capital e o otimismo voltou a tomar conta das conversas e dos painéis. O mais legal foi perceber que a pressão pelo aumento dos deals vem também, em partes, dos próprios investidores.

Em um painel, a fundadora da Cake Ventures, localizada no Vale do Silício – Monique Woodard – falou sobre a necessidade dos investidores voltarem a fazer cheques e para arrumar motivos para dizer não, que este era o momento do sim.

O Brasil sente um pouco mais à frente as tendências faladas no evento dos Estados Unidos, mas já está levando em consideração a sede do mercado e o tempo que o inverno durou. Mesmo assim, essas novidades devem chegar mais rápido nas startups brasileiras. E eu adoro isso!

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