fbpx
Compartilhe

O Hurb (conhecida anteriormente como Hotel Urbano), acabou de fazer um corte substancial eu seu quadro de funcionários. Segundo fontes ligadas à traveltech, cerca de 40% do quadro de colaboradores (400 colaboradores) foi cortado.

A decisão da startup foi reportada pelo jornal O Globo, e ocorreu um dia após a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) suspender, temporariamente, a venda de novos pacotes de viagem com datas flexíveis pela empresa. Nos últimos meses, a companhia tem sido alvo de diversas reclamações de consumidores que compraram estes pacotes e não tiveram suas reservas honradas pela companhia.

As críticas de usuários tem relatos de cancelamentos de viagens sem aviso prévio, atraso no repasse de pagamentos a hotéis e falta de suporte na hora de atender clientes com problemas nas suas viagens ou hospedagens.

Em comunicado à imprensa, o Hurb lamentou a necessidade de tomar decisões difíceis, mas não entrou em detalhes sobre o tamanho do passaralho ou os setores afetados pelos cortes, e se ateve a dizer que passa por uma “readequação de seu quadro de colaboradores, além de outras ações que visam a redução de despesas”.

“Em respeito às pessoas, a empresa não fornecerá detalhes sobre essas movimentações e reitera que está prestando todo o apoio para os profissionais afetados, sempre respeitando a legislação trabalhista”, disse a empresa em comunicado.

“(Decisões difíceis) são necessárias para que a empresa possa atravessar a situação atual e volte a operar regularmente em conjunto com os seus colaboradores, prezando pelo melhor interesse da companhia, de seus consumidores e parceiros. O Hurb reconhece e agradece o esforço e o comprometimento dos profissionais que deixam a empresa e se mantém à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais”, afirmou a empresa em nota.

Sob nova gestão

Apesar de ter rolado apenas um dia após a decisão da Senacon, a demissão em massa no Hurb pode ter outro gatilho. Ela chega pouco mais de um mês depois da entrada de um novo CEO para tocar o negócio, já que o fundador da startup, João Ricardo Mendes, se afastou do comando após cair nas redes um vídeo dele xingando e ameaçando um cliente insatisfeito.

Com a saída de João Ricardo, o conselheiro Octávio Brissant passou a ocupar a cadeira de CEO, com o desafio de recuperar a imagem da companhia que teve um boom de vendas durante a pandemia, comercializando cerca de R$ 3 bilhões em pacotes flexíveis – no caso, sem lastro de reserva – e desde o ano passado enfrenta dificuldades para entregar o que foi comprado.

Em agosto de 2022, turistas que compraram pacotes com datas flexíveis em 2020, no período mais crítico da pandemia, não conseguiam viajar nos períodos previstos. Em abril, hotéis em diversas cidades do país não aceitaram hóspedes com pacotes comprados pelas ofertas da startup, alegando que a Hurb não tinha honrado o pagamento das reservas.

Em resposta às críticas e reclamações – chegando a ter uma alta de 75% nas queixas mensais no Procon – o Hurb tentou explicar que os transtornos faziam parte do processo, botando parte da culpa nas condições macroeconômicas. O ex-CEO João Ricardo chegou a dizer que problemas assim poderiam persistir devido ao grande volume de vendas da Hurb. “Se a gente parar de errar, é porque a gente parou de crescer”, declarou o CEO em entrevista em abril.

Segundo fontes ligadas à empresa, cerca de 80% do faturamento do Hurb sai da oferta de pacotes flexíveis – e com o fim desta fonte de receita, resta saber como será o futuro da startup.

LEIA MAIS