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Oito anos depois de fazer um dos exits mais emblemáticos do mercado de startups brasileiro – a venda da ZeroPaper para a Intuit –, o trio André Macedo, Arley Moura, Kadu Braga está de volta às trincheiras com um novo projeto próprio. Acompanhados de Lindsey Argalas, ex-executiva da Intuit que liderou a aquisição em 2014 e com quem os 3 trabalharam nos últimos 4 anos na área de inovação do banco Santander, na Espanha, eles colocaram no ar a RediRedi.

A proposta é ajudar quem vende online a colocar seus produtos em diferentes marketplaces e, com isso, aumentar suas vendas. Se você pensou que isso é um que um agregador como a Olist, você está no caminho certo. Mas – tinha que ter um mas – a ideia é fazer isso de um jeito diferente. “Não queremos só dar a conexão às diferentes plataformas. Queremos ser o motor de vendas. Ajudar a multiplicar as vendas. Só agregação já tem demais no mercado”, conta Andre em conversa com o Startups. Segundo ele, a Olist pode, inclusive, ser um dos canais oferecidos pela RediRedi.

Para fazer essa diferenciação, a companhia tem investido em recursos de inteligência. Na hora de criar um anúncio, por exemplo, basta colocar o código de barras do produto. Se for um item que já tenha aparecido em algum marketplace, a própria plataforma apresenta as informações com sugestão de textos e imagens com as melhores práticas já incorporadas para otimizar as vendas. Até um piloto com o ChatGPT está sendo feito internamente. Outro ponto é ajudar quem vende a entender se o seu produto dá resultado ou não. “O que mais tem nos agregadores é gente que entra e não vende nada. Só ter presença não garante venda. Por isso você precisa pegar na mão e ajudar a impulsionar”, diz André.

Falando em impulsionar, o nome da empresa (que eu sei que você está se perguntado do que se trata) expressa esse conceito. Ele vem da palavra reditus, que em latim significa entrada de dinheiro. Escrito duas vezes, significa ainda mais dinheiro. E sim, você pode falar “rédi rédi”.

Reprodução da tela principal do RediRedi para vendedores (Foto: Divulgação)
Reprodução da tela principal do RediRedi para vendedores (Foto: Divulgação)

Foco nos 40%

Segundo ele, o público-alvo da companhia é exatamente quem já tem uma presença online e precisa de uma ajuda para crescer mais. Curiosamente, esse contingente representa uma minoria, os 40% do mercado que já está no mundo digital. Para uma startup, a expectativa era que o alvo fosse justamente o contrário, a maior parcela. De acordo com o fundador, o plano não é ajudar o mercado a fazer a migração. “Deixa os 60% para Shopify, Locaweb e Loja Integrada”, brinca.   

Hoje a RediRedi está integrada à Amazon, Mercado Livre, Shopify e Shopee e a meta é adicionar mais 3 nomes à lista até o fim do ano. De acordo com Andre, não há intenção de ter dezenas e dezenas de canais. “Você não precisa de 100 canais. Tem que ensinar os pontos básicos da venda”, pontua André.  

Em um primeiro momento, a RediRedi vai oferecer aos seus usuários um plano de assinatura com mensalidade de R$ 79,99 que dará acesso ilimitado às suas funcionalidades. A ideia é que com o passar do tempo um outro modelo, baseado no comissionamento por vendas, seja adotado.

Nos planos também está agregar outros canais além dos marketplaces tradicionais, como aplicativos de mensagens e redes sociais.   

Nascimento da RediRedi

A RediRedi foi criada com um aporte de 1 milhão de euros feito pelos 4 fundadores – sendo que cada um colocou 250 mil. Em uma captação feita com investidores anjo, o quarteto levantou mais 500 mil euros a um valuation de US$ 10 milhões. A equipe tem 20 pessoas, sendo 13 diretos e 7 terceiros. Com exceção dos fundadores, a equipe está sediada no Brasil – por questões de custos e para reduzir a complexidade de trabalhar em diferentes línguas.

Agora, o objetivo é pegar mais 500 mil euros para acelerar a parte de inteligência e chegar ao fim do ano com tranquilidade, e fazer uma série A com fundos já em estágio de product market fit (PMF). Até lá, a estimativa é que a receita chegue a 500 mil euros com 3,5 mil clientes vendendo.

Atingir essas marcas é importante porque, segundo André, as conversas com os gestores no atual cenário só começam se a startup tiver receita – e de preferência lucro, ou uma visão mais clara de um caminho para a rentabilidade. “Tem bastante dinheiro disponível para quem tem faturamento. Quem vende promessa não tem mais dinheiro. Só se você for um ChatGPT mesmo [algo muito disruptivo]. Senão, não”, avalia.

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