ESG

Com aportes na conta, ESG Now quer crescer seis vezes em 2024

Startup gaúcha quer expandir sua presença em grandes empresas, mirando negócios com faturamento acima dos R$ 500M

Elias Neto
Elias Neto. Crédito: divulgação

Ao colocar a consultoria de ESG dentro de uma solução tecnológica, a ESG Now encontrou o seu nicho. Nascida como um spin-off de um escritório gaúcho focado no assunto, a companhia teve um 2023 de reorganização interna, e começa 2024 com aportes para impulsionar sua estratégia de crescimento, inclusive de olho em grandes clientes.

Aliás, para buscar a sua mais recente rodada, a startup buscou investidores em diferentes fontes, com a meta de chegar a R$ 1,7 milhão em aportes. O investimento mais recente foi de R$ 600 mil do Comunitá, fundo de Corporate Venture Capital (CVC) formado pelas Cooperativas Sicredi Pioneira e Caminho das Águas, com apoio da aceleradora Ventiur. A aproximação com a gestora gaúcha começou quando a ESG Now foi uma das finalistas do desafio de startups no Gramado Summit 2023.

Além disso, a companhia abriu uma rodada de equity crowdfunding com a Angels Wallet, inciativa feita em parceria com a Ostem Moove, braço de investimentos da Osten Motors, rede de concessionárias de marcas como BMW e BYD, o que deve aumentar o montante para R$ 1,2 milhão. Completando a rodada aberta, um terceiro fundo também deve entrar na jogada, levando o total do aporte à marca de R$ 1,7 milhão, e colocando o valuation da ESG Now em R$ 8 milhões.

Segundo o fundador e CEO da empresa, Elias Neto, o dinheiro na conta será o combustível para escalar o seu produto, uma solução all-in-one para gerenciar e fiscalizar suas práticas de ESG. Atualmente, a companhia já possui cerca de 100 clientes em setores diversificados, incluindo calçados, têxtil, metalmecânico, agro, energia eólica, entre outros. “A gente espera seis vezes de crescimento de 2023 para 2024, terminando o ano com um faturamento de R$ 2,5 milhões”, explica o CEO.

Apesar do número de faturamento não ser dos mais altos, Elias pontua que a preocupação de ESG ainda está longe da maturidade nas empresas brasileiras. “Está apenas começando, principalmente para grandes empresas”, comenta ele.

De olho nas grandes

E é de olho nas grandes companhias que a ESG Now quer impulsionar seus negócios a partir de 2024. Ela já possui uma presença em grandes nomes do setor calçadista gaúcho, como Arezzo&Co, Artecola e outros, mas está estendendo sua ação para outros nomes conhecidos, de olho em contratos de grande porte, focando negócios com faturamento de R$ 500 milhões pra cima e já tem um entendimento dos processos ESG.

“Nosso foco é ajudar em empresas que precisam de apoio para dirigir suas ações de ESG, que precisam de um software para fazer isso. Não estamos no ramo de convencer as pessoas da importância disso, queremos atender quem já sabe que isso é importante”, explica Elias.

Sobre grandes empresas que já estão se mexendo para atender à necessidades ESG, a empresa de Elias fez recentemente uma prova de conceito (POC) com a Renner. De 158 startups de 17 países, a companhia foi um das três selecionadas, com um projeto de gestão ESG para fornecedores. “Tivemos uma avaliação 9.2 de NPS e estamos agora negociando para dar continuidade”, afirma.

Por falar em tamanho, Elias sabe que sua startup ainda tem um longo caminho até se tornar uma gigante, mas perguntado sobre a concorrência no mercado, ele acredita que sua empresa tem um caminho próprio a trilhar. Segundo o CEO, a solução da sua empresa atende a parte menos “sexy” da gestão ESG – por exemplo, startups voltadas à gestão de carbono como a WinCarbon tem chamado mais atenção (e investimentos), já que é nesse setor que está boa parte do dinheiro.

Contudo, para o CEO da ESG Now, o mercado lentamente está acordando para a necessidade da gestão ESG em diversas frentes, e a startup gaúcha quer estar bem posicionada para essa mudança. “Tem essa parte mandatória e tem a parte de boas práticas. O que me parece que a gente está presenciando hoje no nível de governo e legislação é que coisas que são hoje boas práticas, que a empresa opta por fazer ou não fazer, essa base mandatória está subindo”, finaliza.