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De janeiro a maio deste ano, mais de 500 mil estudantes buscaram pelo financiamento estudantil privado no Pravaler, fintech pioneira no segmento e que tem o Itaú como um dos principais acionistas. O número representa um aumento de 66% em relação ao mesmo período de 2022 e, mais do que isso, revela uma demanda que segue aquecida apesar do cenário macroeconômico adverso.

Assim, a expectativa da companhia para 2023 é novamente dobrar o número de novos alunos atendidos — em 2022, foram 30 mil, contra 15 mil no ano anterior. “E a meta é continuar escalando nos próximos anos”, afirma Haroldo Carvalho, CFO do Pravaler, ao Finsiders. Oportunidade não falta: conforme diz o executivo, a penetração do financiamento estudantil no Brasil gira em torno de 3%, contra 40% em outros mercados.

Reforço no funding

Para seguir nessa toada, a fintech está reforçando o funding com uma nova captação de R$ 242 milhões para o seu maior e mais longevo FIDC, o fundo “Crédito universitário I”, de 2007. O montante poderia ter sido superior, já que a demanda passou de R$ 1 bilhão, ou seja, quase 5x maior do que o “bookbuilding”. A captação atraiu fundos, bancos e outros investidores institucionais.

“A tese da educação vem se comprovando. E o mercado de capitais tem essa leitura de que é um negócio importante e rentável. Tanto é que nossos FIDCs seguem classificados com rating AAA pela S&P e pela Fitch. É consequência dessa nossa construção de mais de 20 anos”, destaca Haroldo. Segundo ele, os recursos captados agora serão destinados para o financiamento de cursos de graduação.

Haroldo Carvalho, CFO do Pravaler (Foto: Divulgação)

Questionado por que o valor captado não foi maior dada a demanda, o CFO diz que a empresa sempre levanta o que está precisando. “Olhamos a necessidade de fato e o que temos de caixa nos FIDCs. Até porque ficar carregando caixa nos fundos não faz sentido”, explica.

Aliás, essa foi a segunda emissão realizada pelo Pravaler neste ano. Em março, a companhia levantou R$ 272 milhões para outro FIDC, com foco na aquisição de carteiras de recebíveis do ensino superior. Até dezembro, a empresa deve ir ao mercado para novas captações, diz o CFO.

1 milhão de alunos até 2025

Com 75% do market share do financiamento estudantil no país, o Pravaler já atendeu mais de 300 mil pessoas e repassou mais de R$ 8 bilhões ao setor educacional. A meta continua sendo atingir, até 2025, a marca de R$ 10 bilhões, beneficiando 1 milhão de alunos.

“Até pouco tempo atrás, a gente vinha atendendo de 12 mil a 15 mil novos alunos por ano. No ano passado, foram 30 mil. Em 2023, já estamos crescendo 80% em cima do que foi feito ano passado. Então, devemos dobrar esse número novamente este ano”, afirma Haroldo.

O destaque nos primeiros meses de 2023 é o financiamento para alunos de medicina, que representaram quase 35% do valor originado em crédito até agora. “Criamos até uma vertical separada dedicada para medicina. O tíquete é mais elevado e o prazo dos financiamentos é maior. Em contrapartida, os estudantes têm uma empregabilidade quase imediata”, destaca o executivo.

Sobre o cenário adverso atual, o CFO reconhece o impacto dos juros elevados, porém ressalta que os níveis de inadimplência estão “controlados” e já parecidos com o patamar pré-pandemia. “Mas naturalmente não estamos alheios a tudo que está acontecendo no mercado. Juro alto afeta nosso negócio, seja na originação, seja na inadimplência.”

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