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Depois de iniciar a operação brasileira em 2021, o neobank britânico Revolut começou a funcionar para clientes convidados em maio deste ano, quando também recebeu o aval do Banco Central para atuar como Sociedade de Crédito Direto (SCD). Agora, o app da fintech está disponível para todos os usuários interessados e a empresa espera acelerar o crescimento no país.

Para isso, há algumas estratégias no radar. Uma delas é poder oferecer à base de usuários local a sua conta multimoedas para o exterior, com um cartão habilitado para 150 países. Como vantagem, o IOF é menor do que o praticado por players tradicionais (1,1%) e não possui spread.

A outra é a sua plataforma de criptoativos. Nela, além de investir, é possível, ainda, consumir conteúdos para entender o setor, suas oportunidades e riscos — a pessoa pode ganhar R$ 95 se for bem em um quiz a respeito do tema, por exemplo. A terceira frente é justamente o fato de ser regulado pelo BC.

“A gente passa uma segurança adicional que vai nos permitir oferecer produtos locais, como conta, Pix e pagamentos e cartão de crédito. Queremos complementar as duas coisas: o banco global com uma plataforma local para ter uma experiência completa”, afirma Glauber Mota, CEO da Revolut no Brasil.

Cripto

No caso dos criptoativos, o executivo diz que é preciso esperar as diretrizes que o BC vai definir para o segmento — recentemente, a autoridade monetária foi estabelecida como o órgão regulador do setor. Hoje, a fintech dispõe de uma wallet em que o consumidor pode acessar as criptomoedas de interesse e verificar um feed de notícias.

O próximo passo é receber e enviar criptoativos para o exterior. “A gente quer ser uma plataforma global, com serviços locais. Precisamos entender os padrões locais de cada país, mas também criar diferenciais”, diz Glauber. A empresa não abre as metas para a operação local. No mundo, tem cerca de 30 milhões de clientes.

Glauber Mota, da Revolut
Glauber Mota, CEO da Revolut no Brasil (Crédito: divulgação)

Em câmbio, o meio instantâneo de pagamentos traz uma vantagem competitiva de contribuir para que o serviço funcione em tempo real, em qualquer horário, diz ele. Neste sentido, o executivo explica que o potencial da conta multimoedas para o exterior é bastante competitivo, uma vez que o mercado é “mal servido”.

Para formar uma base forte no setor, a fintech está com uma campanha agressiva. Os primeiros usuários que transacionarem US$ 1.000 ganham um cartão de metal dourado (disponível apenas em países onde existem planos pagos) que tem vantagens como o acesso a salas VIPs ou a permissão para furar a fila do raio-X no aeroporto, por exemplo.

Além de usuários que fazem a compra de moedas para viajar ou estudar fora do país, estão na mira aqueles que investem em ações de empresas estrangeiras e ETFs — dois produtos já oferecidos no super app da Revolut — mesmo estando no Brasil. No futuro, a ideia é trazer como solução uma conta remunerada para o exterior, em que o usuário poderá fazer uma poupança.

Expansão

Atualmente, o Brasil é um dos grandes focos da fintech na América Latina. Mas não é o único. Depois de se consolidar por aqui, a Revolut poderá aterrissar no México, e tem Chile, Argentina, Peru e Colômbia como possibilidades.

“Em operações ‘cross-border’ na América Latina, o Brasil tem cerca de 50%. O México tem outros 20%. Então, é natural que essa seja a nossa prioridade. Uma vez que possamos avançar nos dois países, podemos pensar em outros lugares com demanda”, diz o CEO.

Para executar toda a estratégia, a empresa está contratando. Com 60 pessoas na operação brasileira, a fintech tem cerca de 15 vagas abertas. Há, também, oportunidades para brasileiros que querem trabalhar em escritórios do neobank britânico em outros grandes centros.

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