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Embora muito já se fale sobre uma recuperação do mercado de venture capital no mundo – e no Brasil, é claro – os dados mostram que a demanda reprimida por investimentos ainda é alta. Segundo a McKinsey & Company, as startups de estágio inicial no Brasil têm uma demanda reprimida aproximada de US$ 2 bilhões. E, enquanto os VCs ainda estão tímidos, quem pode ajudar a fechar este gap são os Corporate Venture Capital (CVCs).

“Se antes os grandes fundos supriam a maior parte da demanda por investimentos, representando 40% deles, em 2022 esse número passou para 24%, abrindo espaço para veículos alternativos como os CVCs”, destacou Danilo Fronha, Senior Engagement Manager na McKinsey, em painel no Palco Startups durante a Gramado Summit.

Segundo o analista, o crescimento dos CVCs no Brasil tem ajudado a preencher esse gap. “Os CVCs locais tem se tornado mais maduros, experientes e tem tomado o espaço deixado pelos VCs nessa baixa de investimentos”, analisa Danilo.

De acordo com a consultoria, os CVCs apresentam uma oportunidade de crescimento de US$ 2,5 bilhões no volume de investimentos para startups early stage – um valor acima da demanda estimada pela McKinsey.

Entretanto, as coisas não são tão simples. De acordo com o estudo feito pela companhia, falta maturidade para a maioria dos CVCs brasileiros – o levantamento aponta que 73% dos veículos criados por empresas nacionais surgiram após 2020, e ainda contam com desafios operacionais e de burocracia que impactam na sua agilidade e relação com startups.

“Muitos destes CVCs mais jovens não tem uma equipe tão desenvolvida para analisar deals, o que impacta a agilidade e autonomia, ou não conseguem ainda alavancar a sua vantagem distintiva para atrair startups e ter o mesmo apelo que os VCs tradicionais”, pontua Sergio Canova Jr, partner na McKinsey.

Aumento de confiança

Entretanto, segundo a McKinsey, o cenário está mudando e a visão é de que a curva começa a virar para uma ascendente. “De fato, a gente vê um aumento de confiança, com índices positivos que apontam uma nova direção”, avalia Danilo.

A mudança de cenário inclusive já fez a consultoria iniciar um novo estudo para ver os novos rumos do venture capital e do CVC no país. Contudo, apesar da aposta em um reaquecimento dos investimentos, conforme alguns levantamentos recentes de empresas como a Sling Hub já apontam, a expectativa é que esse crescimento seja bem mais responsável.

“As startups querem crescer, querem captar, e os investidores querem retornar a assinar cheques, mas em ambos os lados, os fundamentos estão mais ajustados, com a sustentabilidade se tornando prioridade”, afirma Danilo.

“A demanda reprimida por capital de risco no Brasil ainda é enorme. A tendência é que isso vai continuar crescendo de forma muito relevante. Pode oscilar pra cima ou pra baixo em determinados momentos, mas a demanda continuará e no longo prazo acreditamos que esse gap no early stage pode ser fechado”, finaliza Sergio.

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