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Enquanto uns ainda estão um tanto cautelosos em relação ao aquecimento do venture capital em 2024, depois de dois anos do “inverno das startups”, os números mostram que a temperatura está subindo. Segundo um levantamento da Sling Hub com dados do primeiro trimestre, US$ 1,4 bilhão foi aportado em startups latino-americanas, um aumento de 24% sobre o mesmo período no ano passado, e de 19% sobre o último trimestre de 2023.

“O volume de investimentos em startups na América Latina sinalizou boas notícias para o ecossistema. Ainda que o número de rodadas tenha caído 19% no ano sobre ano (YoY), o volume cresceu 24% no mesmo comparativo. Aumentou também a média das rodadas, que subiu 34% no YoY e chegou a US$ 2 milhões – ou seja, mais startups têm captado volumes maiores”, destacou João Ventura, fundador e CEO da Sling Hub, ao falar sobre o levantamento.

Quanto ao tamanho dos cheques, o estudo mostra que, das cinco das maiores latino-americanas do período, nenhuma foi de equity. Duas foram de fundos de recebíveis, com destaque para os US$ 121 milhões que a Solfácil captou em recebíveis imobiliários com a Kanastra, e três foram em dívida – destaque foi para fintech Mexicana Baubap, que captou US$ 120 milhões.

De acordo com a Sling Hub, o Brasil se destacou no cenário regional, respondendo por praticamente metade do volume total de investimentos (US$ 721 milhões), anotando um crescimento de 39% sobre o mesmo período em 2023. A média das rodadas também aumentou, subindo 59% para US$ 1,5 milhão. No primeiro trimestre de 2023, 14% das rodadas nacionais foram acima de US$ 5 milhões, enquanto neste ano, elas representaram 23% do número de investimentos.

“O volume captado por startups brasileiras é quase meio bilhão de dólares a mais do que o segundo lugar, que pertence à Colômbia, que obteve um crescimento de 82% YoY. Mesmo tendo caído para o terceiro lugar em volume de captações, as startups mexicanas aparecem no segundo e o quarto lugares de rodadas mais volumosas, com a fintech Baubap (US$ 120M) e a cleantech VEMO (US$ 60M)”, destacou João Ventura.

O relatório também aponta destaques em cada estágio de rodada. O Brasil registrou a maior série A do trimestre, com os US$ 33 milhões captados pela healthtech Amigo Tech junto à Riverwood. Nos estágios seguintes, o destaque ficou na Colômbia, com a série B de US$ 55 milhões da fintech Simetrik, e a série C da também fintech Bold, que levantou US$ 50 milhões.

Quanto às rodadas seed, que representaram a maior parte dos 120 deals do trimestre (31), quem teve o maior cheque foi a argentina Agrotoken, levantando US$ 12,5 milhões com o fundo de CVC da Bunge.

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