fbpx
Compartilhe

A healthtech Alice colocou a mão no bolso para dar um empurrão significativo na sua base de clientes. Ela acabou de anunciar a compra da carteira de clientes da concorrente QSaúde, absorvendo cerca de 16 mil pessoas para a sua operação.

A transação, de valor não divulgado pelas partes, estava aguardando a aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, agora que passou, deverá ser concretizada no dia 1º de junho, com a transferência dos benefíciários para a carteira da Alice.

Segundo destacou a Alice em comunicado, com a finalização do processo de compra da carteira da QSaúde, a startup se torna a maior healthtech do país e mais do que dobra sua receita projetada para 2023, estimando ultrapassar a marca dos R$ 250 milhões.

Antes que você se pergunte, o fundador da QSaúde, José Seripieri Junior (mas você pode chamar apenas por Junior, que também fundou a Qualicorp), não terá nenhuma participação na Alice – ou seja, a transação foi apenas referente à carteira de clientes. O futuro da QSaúde ainda não foi anunciado pela empresa.

Em comunicado à imprensa, o cofundador e CEO da Alice, André Florence, destacou que a aquisição da base de clientes da empresa concorrente é um passo para continuar a transformar o mercado de saúde no país. “Estamos muito felizes com a perspectiva de ajudar os clientes da QSaúde a se tornarem mais saudáveis, assim como já fazemos com os milhares de membros que confiaram sua saúde à Alice”, afirma André.

Em 2022, apenas dois anos após iniciar sua operação, a Alice assegurou 11 mil membros e receita anual recorrente de R$ 100 milhões. Com a aquisição, a empresa espera terminar o ano de 2023 com mais de 30 mil membros, oferecendo serviços tradicionais de planos de saúde e também serviços de atenção primária proprietária, chamada Time de Saúde, disponível 24 horas por dia.

“Hoje somos capazes de indicar aos membros Alice o caminho mais eficaz para atender suas demandas de saúde, coordenar sua navegação pelo sistema e medir os resultados de saúde atingidos”, explica Guilherme Azevedo, cofundador e Chief Health Officer da Alice. “Ao longo do tempo, planejamos levar esse modelo de gestão de saúde para os clientes da QSaúde“, completa.

Operando desde junho de 2020, a Alice já captou US$ 175 milhões nos últimos três anos. Sua última rodada de investimentos, liderada pelo Softbank em dezembro de 2021, foi a maior registrada para uma healthtech na América Latina: US$ 127 milhões foram levantados.

Em 2022, a companhia divulgou um crescimento de 100% em sua operação, e também investiu em novas linhas de receita, como o seu plano corporativo. Hoje ele conta com mais de 120 empresas clientes e corresponde a 10% dos seus membros – porcentagem que, mesmo com a aquisição da carteira da QSaúde, não mudará neste primeiro momento.

Apesar dos números positivos, nem tudo foram flores para a healthtech. No ano passado, a empresa anunciou duas ondas de demissões. A primeira, em julho, a companhia dispensou 67 profissionais da sua área de vendas. Já em dezembro, o passaralho foi maior, demitindo 113 pessoas, o equivalente a 16% do total de colaboradores.

LEIA MAIS