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Quem aí ainda acredita no potencial do metaverso? A PwC não só acredita, como estima que a tecnologia mais quente de 2022 até ser “atropelada” pela tendência da inteligência artificial deverá render US$ 800 bilhões até 2030.

Segundo a consultoria, as tecnologias de metaverso não apenas chegarão à marca quase trilionária, mas também terão uma taxa de crescimento anual composto (CAGR) de 40%, com oportunidades em negócios chegando à marca dos US$ 13 trilhões. Os dados estão no “Panorama do Mercado de Serviços Financeiros – Como se preparar para a evolução do paradigma digital?”, estudo lançado pela Strategy&, consultoria estratégica da PwC.

Conforme o estudo, os mercados que vão puxar esse desempenho e as respectivas participações na receita ao fim desta década são: as indústrias de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT), com 30%; serviços financeiros, com 30%. Completando o bolo estão varejo e consumo, com 25%.,e os 15% restantes são equivalentes a outros segmentos.

Apesar o termo ter perdido força recentemente, os analistas da PwC afirmam que inovações recentes como o 5G e a popularização de tecnologias como óculos de realidade virtual, somados à mudanças no comportamento dos consumidores, que têm estado mais familiarizados e curiosos sobre esse tipo de ambiente virtual, poderão reaquecer a tendência do metaverso.

“Nesse contexto, empresas já começaram a experimentar soluções em metaverso e têm adquirido expertise e vantagens competitivas. Na segunda fase, as organizações passam a criar plataformas, produtos e serviços digitais, tecnologia e infraestrutura em metaversos, além de ofertas exclusivas para esse ambiente”, destacou a consultoria.

A afirmação procede?

A previsão da PwC chega no rastro de um 2023 em que muitos apontaram a “morte do hype” do metaverso. Um exemplo deste esfriamento foi o da Disney, que no ano passado desativou toda a sua divisão de desenvolvimento de aplicações para metaverso, demitindo mais de 50 pessoas. Muitos analistas chamaram o metaverso de “novo NFT”, outra tecnologia que despertou interesse tão rapidamente quanto perdeu a atenção do público e investidores.

O financiamento para startups de tecnologias de metaverso – no caso, empresas de realidade virtual, realidade aumentada e indústrias do mundo virtual – caiu 77% do último trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2023, de acordo com dados do Crunchbase.

Entretanto, segundo outros especialistas de mercado, o fim do hype em torno do metaverso foi algo positivo para a própria tecnologia. “Na verdade, estou bastante feliz que tivemos um hype e uma onda de desilusão no último ano. Foi difícil, mas agora voltamos a trabalhar e construir, pois é isso que precisamos para fazer algo diferente”, disse Vishal Shah, VP de metaverso na Meta, em entrevista recente à revista Fortune.

No lado dos games, por exemplo, “plataformas de metaverso de jogos” como Roblox e Fortnite são extremamente populares e lucrativas, com compras de itens cosméticos no jogo totalizando US$ 5,8 bilhões em receita para a Epic Games em 2021, mais do que empresas como Ralph Lauren ou Prada fabricando roupas de verdade. “Isso oferece enormes oportunidades para as marcas.

Outro ponto que dá indícios que o metaverso tem o potencial de ainda ser algo grande tem a ver com a Apple. A empresa de tecnologia mais valorizada do mundo anunciou recentemente que tem seus planos para o metaverso, incluindo seu produto de VR, chamado Vision Pro, prometendo misturar aplicacões digitais com o espaço real – em suma, a versão da Apple para realidade aumentada e metaverso.

Segundo especialistas, talvez o que a Apple fez para apresentar sua “releitura” do metaverso é o que o mercado precisa para reacender o interesse por estas tecnologias, já que o hype criado por nomes como a própria Meta e outras tecnologias parentes da Web3 como NFT e criptoativos podem ter enfraquecido o termo metaverso.

Phil Rowley, chefe de futuros do Omnicom Media Group e colunista do site norte-americano The Media Leader, concordou que o metaverso está mal definido entre a visão Web 3.0 de Zuckerberg e a realidade das experiências de jogos mais populares da Web 2.0 hoje.

“Acho que temos um problema com a palavra com M. Precisamos renomeá-lo ou reformulá-lo”, disse ele. “É como confundir a folha com o galho, confundir o galho com a árvore e confundir a árvore com a floresta”, finaliza o especialista.

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