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Após dois anos de queda no volume de fusões e aquisições (M&As), a expectativa do mercado é que as transações voltem a crescer em 2024. As perspectivas de um melhor cenário macroeconômico, inflação mais baixa para o ano, queda da taxa básica de juros e aumento do consumo são favoráveis para a volta do apetite de investidores.

Por falar em fome, mal começamos o ano e a Neogrid comprou 100% de duas startups numa tacada só: Predify e Horus, empresas em que ela já tinha participação, mas que agora foram totalmente absorvidas pela multinacional. Seria esse um presságio da boa maré que vem por aí no mercado de M&A?

Antes de descobrirmos as próximas fusões e aquisições que se desenrolarão ao longo do ano, faremos um flashback das maiores compras e fusões feitas por startups em 2023. A maioria delas ocorreu no segundo semestre, período em que esse tipo de movimento foi de fato sendo gradualmente retomado.

No terceiro trimestre, por exemplo, o Brasil registrou 405 fusões e aquisições de empresas, uma alta de 9,46% na comparação com o mesmo período de 2022, quando foram realizadas 370 operações desse tipo, segundo dados de pesquisa conduzida pela KPMG. Confira, a seguir, as 5 maiores transações de M&A em 2023:

Compra da Pismo pela Visa

Em junho, a Visa desembolsou US$ 1 bilhão (quase R$ 5 bilhões) pela Pismo, techfin brasileira que desenvolve soluções e serviços bancários para bancos digitais e instituições financeiras. Segundo apurou o Startups na época, o valor representa uma valorização de 2,5 a 3 vezes o valuation da rodada anterior, feita pela fintech em 2022.

De acordo com as empresas, o negócio posiciona a Visa para que ela ofereça soluções de processamento bancário e de emissão para cartões de débito, pré-pago, crédito e empresariais, a partir do uso de APIs nativas na nuvem. Além disso, a Pismo permitirá que a multinacional ofereça suporte e conectividade para trilhas de pagamentos emergentes, como Pix no Brasil, para instituições financeiras clientes.

A aquisição foi concluída neste mês.

Compra da Singulare pela QI Tech

Duas semanas depois de anunciar uma poderosa rodada de R$ 1 bilhão – a maior feita por uma startup em 2023 -, a fintech QI Tech anunciou, em novembro, a aquisição da Singulare, uma das principais corretoras de valores mobiliários do país.

Com o negócio, a QI Tech adiciona cerca de R$ 97 bilhões em valores sob custódia, divididos entre mais de 960 fundos administrados. Segundo a startup, o principal foco da compra foi o de impulsionar o crescimento de mercado e posicionamento na frente de crédito, que tem a Singulare como um de seus principais nomes.

Segundo Pedro Mac Dowell, fundador e CEO da QI Tech, a companhia passa a valer 2,5 vezes mais com o negócio, ficando mais próxima do seu plano de fazer um IPO.

Fusão da Conexa com a Zenklub

Em outubro, a plataforma de telemedicina Conexa anunciou fusão com a Zenklub, startup de serviços para saúde emocional. Segundo as empresas, a operação resultará na formação da maior empresa digital de saúde da América Latina.

Com o negócio, de valores não revelados, mas que envolve apenas troca de ações (com a Zenklub recebendo cotas da Conexa), a nova companhia começará com um caixa de R$ 200 milhões, o que segundo as healthtechs, a coloca em posição de bater a meta do breakeven ainda no começo de 2024.

Em participação no MVP, podcast do Startups, o CEO e cofundador da Conexa, Guilherme Weigert, afirmou que a empresa deve chegar a R$ 250 milhões de receita este ano, com a proposta de criar um ecossistema de saúde.

Compra da Provi pela Principia

Ao mesmo tempo em que captou uma série A de R$ 200 milhões liderada pela Valor Capital, a Principia, fintech de soluções de crédito para instituições de ensino, já aproveitou para fazer mais um M&A, comprando a mineira Provi, plataforma de checkout e crédito para cursos profissionalizantes.

Com a aquisição, o plano da Principia é abrir novas verticais, passando a atender mais de 650 instituições de ensino no país, e trazendo para o portfólio cerca de 400 mil alunos que já estão na plataforma da Provi. Adicionalmente, a fintech vai absorver um modelo de crédito inteligente, que já analisou mais de 1 milhão de estudantes ao longo dos últimos quatro anos desde a criação da Provi, e que já ajudou a financiar mais de 350 mil alunos.

Fusão da Levetta com a hubkn

A Levetta, que atua com inteligência de negócios para RevOps (departamento que unifica marketing, vendas e customer success) e a hubkn, sales tech cuja IA otimiza ciclos de vendas, decidiram se fundir, em outubro. A operação foi apoiada pela Bossa Investe e mais alguns anjos e estruturada com troca de ações entre as empresas.

Segundo as companhias, a Levetta powered by hubkn possibilitará que o mercado tenha à disposição uma solução completa e mais robusta para estruturar a geração de receita das empresas.

De acordo com Almir Neves, fundador da hubkn e empreendedor serial, a expectativa é que a nova empresa alcance receita de R$ 3 milhões em 2024, com crescimento agressivo nos próximos 12 meses, o que deve motivar a companhia a fazer uma nova rodada de captação. No fim de 2021, a hubkn levantou um pré-seed com a Bossa Invest, de valor não divulgado.

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