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A Principia, fintech de soluções de crédito para instituições de ensino, não demorou seis meses para saltar de sua rodada seed para a série A. A startup acabou de anunciar uma captação de R$ 200 milhões. Ao mesmo tempo, a startup já aproveitou para fazer mais um M&A, comprando a mineira Provi, plataforma de checkout e crédito para cursos profissionalizantes.

A series A, liderada pela Valor Capital com participação dos fundos ARC Capital, Spectra, Supera e FJ Labs, saiu no montante de R$ 50 milhões. Os R$ 150 milhões restantes da captação saíram de um um FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios) com alguns dos principais investidores do mercado de capitais brasileiro, segundo destacou a Principia em comunicado.

Com os novos recursos na conta, o plano da Principia é o de intensificar a sua expansão, seguindo no plano de se tornar um hub integrado de soluções financeiras para instituições de ensino no país. Com a rodada, a Valor aumentou rápido a sua aposta na startup – ela tinha também liderado a rodada seed da fintech, que saiu em março e valeu R$ 23 milhões.

No mercado há cerca de um ano, a Principia já processa um volume de mensalidades equivalente a R$ 200 milhões por ano e serve mais de 40 mil alunos de graduação através da sua plataforma. A meta é dobrar de tamanho até o fim de 2023, aumentando a presença de sua principal solução, chamada de Receita Garantida, de cobrança e antecipação de mensalidades, assim como novos produtos a partir da compra da Provi.

Segundo dados divulgados pela startup, a receita anual da companhia é de aproximadamente R$ 30 milhões, decorrentes do processamento de mais de R$ 200 milhões em mensalidades.

Engatando um M&A

Com a aquisição da Provi, o plano da Principia é abrir novas verticais, passando a atender mais de 650 instituições de ensino no país, e trazendo para o portfólio cerca de 400 mil alunos que já estão na plataforma da Provi. “Adicionalmente, (a Principia) vai absorver um modelo de crédito altamente treinado e inteligente, que já analisou mais de 1 milhão de estudantes ao longo dos últimos quatro anos desde a criação da Provi, e que já ajudou a financiar mais de 350 mil alunos”, completou a empresa em comunicado.

Atualmente, o motor de crédito da Provi faz com que os alunos de cursos de curta duração consigam aprovar um financiamento em alguns minutos. “Acreditamos que pode ser uma forma sustentável de investir na educação e, portanto, no futuro do país, já que mais da metade dos alunos atendidos pela Provi não estudariam se não fosse o financiamento”, afirma Mario Perino, um dos fundadores da companhia juntamente com Fernando Franco.

Com o novo escopo, Mario Perino assumirá a função de COO das operações de cursos livres, enquanto Fernando Franco será o CPO (Chief Product Officer), olhando para o portfólio atual e de novos produtos, ajudando a capturar sinergias entre ambas as verticais. Diogo Fonseca permanece como COO das operações de Ensino Superior, posição que já ocupa desde fevereiro de 2023, quando a sua startup 4IES foi adquirida pela Principia.

Segundo Newton Maia, fundador e CEO da Principia, os dois negócios são muito complementares. “As soluções da Provi, focadas em cursos de curta duração, são perfeitas para os cursos de pós-graduação dos clientes da Principia. Vamos tornar o motor de crédito construído pela Provi ainda mais robusto, e transformar a Principia no hub de soluções financeiras mais completo para instituições de ensino no país”, explica.

Para Carlos Costa, sócio na Valor Capital e membro do conselho da Principia, a transação acontece em um cenário em que cada vez mais M&As devem ser vistos em diferentes indústrias. “A operação reforça nossa visão de que movimentos inorgânicos podem ajudar a criar valor, com oportunidades únicas, principalmente em ciclos mais voláteis de mercado”, finaliza Carlos.

Semana movimentada

A série A da Principia é mais uma desta movimentada semana, que já registrou diversas rodadas de peso para startups brasileiras. Na última terça (22), a fintech Nomad levantou US$ 61 milhões, inclusive reacendendo o interesse da Tiger Global no Brasil.

Na quarta (23), veio outro anúncio grande, desta vez envolvendo a Gympass, que fez sua série F e captou US$ 85 milhões em rodada liderada pela EQT Growth, com participação de Neuberger Berman em nome de seus fundos clientes.

Apesar de não ser tão grande, a rodada da Principia ajuda a acender a chama da esperança para muitas startups que estão desde 2021 na sala de espera para suas rodadas série A, que foram poucas desde a retração do mercado no ano passado. Será que agora vai? A resposta ainda está por vir.

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