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A brasileira Sproutfi e a mexicana Vest juntaram forças. As startups, que oferecem plataformas para usuários da América Latina investirem no mercado estadunidense, começaram a discutir a possibilidade de fusão em janeiro e, recentemente, consolidaram a operação com o objetivo de fortalecer sua presença no mercado.

“Estamos comprometidos em ajudar as pessoas a se empoderar financeiramente a partir da construção de seu patrimônio. Nosso objetivo é eliminar as barreiras de acesso que historicamente tornam mais desafiador para latino-americanos investirem em dólar”, afirma Aaron Polhamus, cofundador e CEO da Vest, em conversa com o Startups.

Por enquanto, as startups seguem operando com suas marcas individuais, mas a expectativa é unir as operações sob o guarda-chuva Vest. Parte desse movimento visa melhorar o posicionamento da nova companhia no Brasil. Percebemos que muitos usuários brasileiros não sabiam o significado de ‘sprout’ [broto, em inglês]. Já o termo ‘vest’ faz uma melhor alusão aos investimentos”, explica o executivo.

A Sproutfi foi criada em 2021 pelos norte-americanos Ruben Guerrero e Tyler Richie, que já tinham morado e trabalhado no Brasil. No ano seguinte, a fintech com soluções para investidores aplicarem seu dinheiro nos EUA comprou a carteira da corretora Passfolio. A startup foi fundada com a intenção de atrair o público mais jovem, que ainda está buscando alternativas para investir, e os que buscam se educar no mercado de investimentos.

Já a Vest nasceu em 2020, idealizada por Aaron Polhamus, Miguel Arroyo e Jaime Rodas. Segundo Aaron, sempre houve a intenção de entrar no mercado brasileiro, porém os empreendedores aguardavam o momento ideal. “Visitei o país para explorar o mercado e pude conhecer um pouco. Mas na época ainda era muito cedo para expandir”, pontua. Citando as palavras de Tom Jobim, ele destaca que “o Brasil não é para principiantes”, ressaltando que o país tem um mercado grande e complexo.

A similaridade entre as propostas e soluções motivou a fusão dos negócios. Do lado da Sproutfi, ele destaca a facilidade de uso da plataforma e o elemento social que permite que os usuários se conectem com outras pessoas para criar uma comunidade de investidores e compartilhar ideias e informações em tempo real. Já a Vest traz uma maior oferta de produtos, não apenas com os investimentos, mas também gerenciamento dos riscos e portfólios. Os founders da Sproutfi deixaram a operação, e Aaron segue como CEO no pós-fusão.

Aaron Polhamus, CEO da Vest
Aaron Polhamus, CEO e cofundador da Vest (Foto: Divulgação/Reprodução LinkedIn)

Próximos passos

“Nosso plano é dar aos usuários a confiança de que estamos aqui para servi-los, com alternativas seguras para os clientes no México e Brasil”, pontua Aaron. Sem dar muitos detalhes, ele antecipa novidades e melhorias no produto. “Sabemos que muitos usuários desejam ter um cartão para gastar seu dinheiro, além de opções de crédito e renda fixa, que também são muito importantes nesse mercado”, pontua.

O executivo observa que, no Brasil, um dos principais desafios será a concorrência de um mercado cada vez mais disputado, o que eleva a necessidade de um produto de alta qualidade. “Por outro lado, os brasileiros são bastante abertos e receptivos a novas tecnologias, então há um grande público que podemos alcançar no país. É um mercado competitivo, mas sofisticado e com gosto por inovação”, analisa. Por enquanto, a Vest concentrará seus esforços no México e no Brasil, sem planos de expansão para outros países da América Latina.

A missão agora é concentrar-se em três pontos-chave: ganhar dinheiro, gastar menos e captar recursos adicionais “Estamos focados em monetizar a plataforma para construir negócios e relacionamentos de longo prazo com os usuários. Controlando custos e continuando a levantar capital, principalmente de parceiros que já estão no negócio, mas também com pessoas de fora que estão interessadas em nossa missão.”

A Vest captou um seed de US$ 6 milhões no início de 2022, em uma rodada liderada por Founders Fund, com participação de Nazca, Class 5 Global, FJLabs, Tamarack Global e investidores-anjo como Carlos García (Kavak), Scott Shleifer (Tiger Global), Florian Hagenbuch (Loft), entre outros. A startup está atualmente captando uma extensão da rodada, com foco em atrair parceiros brasileiros.

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