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A Randon (ou Randoncorp, se preferir) tradicional empresa do segmento industrial gaúcho, foi uma das pioneiras na região a ter o seu braço de investimentos – o CVC Randon Ventures data de 2020 e desde então já tem oito startups no seu portfólio. Contudo, a companhia agora está pronta para um novo movimento – o de aceleração e venture building de startups.

Em entrevista exclusiva ao Startups durante o South Summit Brasil, o Diretor de Estratégias Digitais da Randon e responsável pela Randon Ventures, Mateus de Abreu, falou mais sobre a iniciativa. “Vimos muitas startups em um estágio anterior ao de investimento nos procurando. Muita gente buscando a gente para ser o primeiro cheque, aquele bem early, que não estava na nossa tese original de 2020”, explica o executivo.

Quando formou a Randon Ventures há quase quatro anos, o plano da Randon era o de entrar em rodadas pré-seed e seed, com cheques de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões. Entretanto, agora com a chegada de um programa de aceleração, a intenção é trazer para perto startups em estágio ainda mais inicial.

Segundo Mateus, a iniciativa está voltada a diversos tipos de negócios – insurtechs, fintechs, logtechs, e startups para indústria e mobilidade.

Estruturado em parceria com a catarinense Darwin Startups, o programa terá dois batches em 2024, e a chamada do primeiro já está aberta. Diferentemente do braço de CVC da Randoncorp, o programa não tem contrapartida de equity, e tem a duração de 12 semanas.

De acordo com o executivo da Randon Ventures, um dos principais objetivos com a novidade é desenvolver negócios em proximidade com a Randon, usando as conexões, mentorias e know-how da gigante industrial para qualificar possíveis investimentos mais na frente.

Mateus de Abreu, diretor de Estratégias Digitais, Ventures e DB da Randon
Mateus de Abreu, diretor de Estratégias Digitais, Ventures e DB da Randon (Foto: Divulgação)

“Nos últimos tempos, o que a gente percebeu? Percevemos que a gente precisa qualificar melhor esse segundo check, esse segundo estágio. A gente acredita que tem maturidade, tem know-how para participar também desse primeiro estágio do ciclo de vida da startup”, avalia o executivo.

Outro possibilidade a partir do programa de aceleração é o de aproximar estas startups em desenvolvimento da Rands – plataforma de serviços financeiros e digitais da Randoncorp lançada no final do ano passado.

E o talão de cheques?

O foco da Randon Ventures no momento pode ser o de formar o seu primeiro batch de aceleração, mas e o dealflow de novos investimentos para o CVC? Segundo Mateus, depois de 2023 mais low-profile, o objetivo é abrir o talão de cheques novamente ainda em 2024. Até agora, o CVC já investiu em oito startups, com um montante de R$ 25 milhões alocado.

“A nossa expectativa daqui pra frente é dobrar este valor, investindo mais R$ 25 milhões neste próximo ciclo de 2024 e 2025”, pontua Mateus, fazendo alusão ao funil qualificado de oportunidades que o programa de aceleração pode trazer.

É uma proposta semelhante à da Oxygea, fundo lançado pela Braskem no ano passado, que montou um programa de aceleração próprio para alimentar sua estratégia de CVC. Até o momento, três startups foram investidas, recebendo R$ 1,5 milhão cada. Uma nova turma foi aberta agora em março, com previsão de assinar cheques de R$ 2 milhões para oito startups.

Segundo Mateus, com o programa de aceleração, a expectativa é de que no primeiro batch quatro a cinco startups venham a ser aceleradas, e uma delas receba investimento da Randon Ventures. “Seria um output muito importante para o programa já ter uma investida, pelo menos, saindo da aceleração. E na parte do CVC, também a gente tem uma expectativa de mais ou menos 4 ou 5 deals aí para o ano. Essa é o que a gente imagina para 2024”, finaliza.

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