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O SoftBank anunciou um prejuízo recorde nos seus resultados referentes ao ano fiscal encerrado em março. No caso, o baque veio dos dois Vision Funds, que registraram perda de 4,3 trilhões de ienes (US$ 32 bilhões), no período, contra uma perda de 2,55 trilhões (US$ 19 bilhões) de ienes no mesmo período do ano anterior.

No quadro geral de fundos que a gestora de Masayohi Son possui, o prejuízo geral foi de US$ 39 bilhões, um aumento considerável em relação aos US$ 25 bilhões de perda no ano fiscal anterior. Por outro lado, o prejuízo líquido da companhia caiu para quase a metade. No ano fiscal 2022, foram US$ 7,2 bilhões contra US$ 12,6 bilhões do ano anterior.

Apesar de não revelar dados exclusivos sobre o Latin America Fund, para o último trimestre o fundo divulgou que as perdas de investimento do Vision Fund 1 e 2, bem como de seus fundos latino-americanos, totalizaram 250 bilhões de ienes (US$ 1,8 bilhão).

A queda no prejuízo líquido tem a ver com a decisão recente de Son em ligar no SoftBank o que ele chamou de “modo de defesa”, interrompendo novos investimentos de seus fundos. O fundo revelou que fez US$ 3,14 bilhões em investimentos novos ou subsequentes em seu ano fiscal, abaixo dos US$ 44,26 bilhões no mesmo período do ano anterior.

Além disso, no ano passado, saiu de alguns de seus investimentos de maior perfil para levantar dinheiro, reduzindo perdas gerais por meio da venda de ações da T-Mobile e do Alibaba. Em agosto, disse que vendeu sua participação remanescente na gigante norte-americana Uber.

No ano passado, o fundo também se mostrou mais acanhado nos investimentos na América Latina, um cenário bem diferente de quando a companhia chegou na região, com US$ 5 bilhões no bolso, e criou alguns dos principais unicórnios por aqui, entre eles QuintoAndar e Creditas.

Segundo dados divulgados pela Pitchbook no ano passado, o total de deals na região teve uma queda em investimentos de 71% comparado ao recorde de US$ 7,1 bilhões registrado no terceiro trimestre de 2021.

Na defesa, mas com planos

Segundo destacou em comunicado o diretor financeiro da companhia, Yoshimitsu Goto, as empresas nas quais o SoftBank investiu são bem capitalizadas. Ele também afirmou que o fundo tem várias empresas prontas para abrir o capital, avaliadas em US$ 37 bilhões, mas não deu nome aos bois.

Durante coletiva nesta quinta (11), Goto disse que foi um ano “instável” marcado por riscos geopolíticos e instabilidade do sistema financeiro, citando o colapso do Silicon Valley Bank e problemas no Credit Suisse. “No primeiro trimestre, podemos ver alguns sinais de melhora, mas não esperamos uma resolução fundamental”, ponderou o executivo.

Para melhorar os números para este ano, investidores do SoftBank estão olhando para a oferta pública inicial da empresa britânica de semicondutores Arm, na qual o fundo japonês possui participação majoritária. No mês passado, a Arm entrou com pedido confidencial de listagem nos EUA, uma decisão que não agradou em nada a bolsa de Londres. O momento da fabricante é bom, já que ela registrou vendas de US$ 2,8 bilhões no ano fiscal, um aumento de mais de 27% em relação ao ano anterior.

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