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Fundada na pandemia com um investimento de apenas R$ 500 do fundador e CEO Juliano Dias, a startup pernambucana Meetz tem ambições elevadas para 2024. Agora posicionada como uma plataforma SaaS para PMEs prospectarem e gerirem seus leads de venda, a companhia quer triplicar sua base de clientes e quase dobrar seu faturamento no ano, entrando em uma arena de pesos-pesados como Ramper e ExactSales.

E como que a Meetz quer saltar de um faturamento de R$ 13 milhões no ano passado para R$ 20 milhões em 2024? Bem, segundo relatou Juliano ao Startups, tudo remete à aquisição que a empresa fez em julho do ano passado, quando pagou um valor não divulgado pela startup gaúcha AZ Leads.

De acordo com o fundador, com a aquisição, a companhia trouxe a base tecnológica necessária para bancar a sua expansão, se tornando um player de plataforma e não apenas de serviço. “Inicialmente tínhamos a nossa solução de gestão de leads em uma base de terceiros, éramos uma empresa de serviço. Agora somos uma empresa de tecnologia que agrega serviços”, explica Juliano.

Neste processo, a Meetz incorporou 100% do time AZ Leads, incluindo seus líderes Gustavo Strassburguer, que assumiu como CTO, e Nicolas Pohren, CPO responsável por processos, produtos e serviços da plataforma SaaS. Com a fusão, a AZ deixou de existir, se tornando em grande parte a divisão de tecnologia da startup. Atualmente, a Meetz conta com cerca de 60 colaboradores.

Segundo o CEO, agora como um player de SaaS, o grande objetivo da companhia é ganhar volume junto a clientes PMEs, reunindo em sua solução capacidades de prospecção de clientes, pré-vendas e sales engagement da plataforma adquirida junto a AZ. Na ponta do lápis, com o negócio o plano é conectar os cerca de 250 clientes da Meetz (incluindo grandes nomes como DHL e Cubo Itaú), com a base de mais de 23 milhões de CNPJs ativos reunida pela AZ Leads.

“Agora o plano é criar uma gama de serviços interligados, que resolvam as dores dos mercado B2B. Nosso core é geração de lead e cadência, competindo com empresas como Exact Sales e Ramper, mas também entregamos capacidades de inteligência de mercado [a la Econodata], e na outra ponta temos um funil de gestão de vendas”, diz Juliano, para ilustrar como a sua empresa quer ser mais atraente, especialmente para negócios de pequeno e médio porte.

Com uma solução otimizada para PMEs, a meta da companhia é triplicar a base de empresas atendidas – e em 2025 é crescer pelo menos 100%, se posicionando como um hub de prospecção B2B baseado na sua plataforma SaaS.

Aliás, com a meta de bater R$ 20 milhões em faturamento para 2024, a Meetz não ficará muito atrás dos números da mais badalada Exact Sales. Segundo dados divulgados no ano passado, a receita anual médio da companhia agora controlada pela RD Station (que pagou R$ 51 milhões por ela no ano passado), fica na casa dos R$ 25 milhões.

Go-to-market agressivo

Para atingir suas metas, o plano de Juliano é claro. “Ir mais agressivamente ao mercado é a palavra de ordem”, diz. Entretanto, de acordo com o fundador, a companhia executará esse plano da mesma forma que fez tudo até então: com as próprias pernas.

“O único dinheiro que eu coloquei até agora no negócio foi R$ 500 reais no dia em que eu o fundei. Aqui a gente gera caixa desde o primeiro mês. Não busquei investimento, não porque eu não gosto, mas sim porque não precisei até agora”, explica o CEO.

Entretanto, perguntado se uma captação é uma possibilidade, caso seja necessário um maior “poder de fogo” para competir com nomes como a Exact Sales, Juliano não descarta a possibilidade. “A gente tem uma visão muito clara e forte do que dá pra fazer tanto na escassez quanto na abundância. Até aqui, dentro das projeções e do planejamento, não vejo uma captação. Isso não quer dizer que, se decidirmos acelerar e fazer antes o que planejamos para o Q2 de 2025, não possamos captar”, avalia.

E quanto a novas aquisições? Segundo Juliano, no momento não está na lista de prioridades um novo M&A – segundo ele, o movimento com a AZ Leads foi bastante estratégico para se firmar como um player SaaS, e agora o roadmap está mais focado em funcionalidades. “Existem novas features que se encaixam no negócio, e não estamos fechados para a ideia para uma nova aquisição, mas ele precisa fazer sentido assim como fez a AZ“, finaliza.

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