A Base Partners, a discreta gestora de venture capital criada por Fernando Spnola, que já investiu em companhias e estágio de desenvolvimento mais avançado, como a Zoom, agora está voltando seu olhar para negócios em busca de seu 1º cheque na América Latina.
“Com a oportunidade para chacoalhar as idiossincrasias do mercado local ficando maiores e mais profundas, sentimos que é natural que façamos a expansão dos nossos esforços de investimento para ajudar a criar o novo futuro da América Latina apoiando aqueles que podem fazer isso acontecer”, escreveram Fernando e Eduardo Latache, general partner da gestora, em post no Medium.
A proposta do Bird Dog – uma referência aos cães usados na caça de aves – é fazer aportes que variem entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões em um número restrito de companhias, não usar a tática do “spray and pray”. “Se você está pensando em montar uma empresa, ou se acabou de montar uma, adoraríamos conhecer você”, conclamou a dupla.
Entrar em startups no seu estágio mais inicial é uma forma de garantir um retorno maior no caso dela ter sucesso em algum momento. Um caso ilustrativo disso é o do Garry Tan com o IPO da Coinbase.
A Base foi criada em 2017 e vinha atuando até agora em um formato de investimento e apoio a empresas em empresas mais desenvolvidas e com planos de operar ou expandir sua atuação no Brasil e na América Latina, acompanhando ou liderando algumas rodadas. Com isso, ela fez investimentos em nomes como Zoom, Stripe, Bytedance, UiPath, Netskope, entre outras. A lista, que soma 25 empresas também inclui nomes latinos como Kavak e Nubank.
A gestora tem uma relação bastante próxima com a Sequoia Capital, tendo feito investimentos em conjunto com eles, como na indiana InVideo. Ela foi, inclusive, citada na carta que a Sequoia soltou no começo de julho para falar sobre suas pretensões para a América Latina.
A Base tem dois fundos em operação. O mais recente, o Base Growth II, de US$ 135 milhões, é de 2019. Entre seus investidores ela tem nomes como a família Marinho. Não está claro se os recursos para o Bird Dog virão deste fundo ou de um veículo novo.
Mais que o 1º cheque
“O Bird Dog não é só sobre o 1º cheque, é sobre as primeiras escolhas, as contratações estratégicas, os primeiros clientes e as alianças estratégicas. É sobre as vantagens desproporcionais que podem colocar uma companhia na rota para o sucesso”, explicam Fernando e Eduardo.
No post, eles ainda reforçam alguns pontos da estratégia:
- Nosso objetivo é ser o 1º cheque nas nossas companhias e dar suporte a elas nos anos seguintes;
- Damos preferência a um portfólio concentrado e de alta convicção; não acreditamos no “spray and pray”;
- Nosso investimento vai variar entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões;
- Além de fazer as rodadas acontecerem, ficaremos felizes em alavancar nossa rede global de investidores para ajudar a criar as melhores parcerias;
- Apreciamos indicações de pessoas que conhecemos e nas quais acreditamos. Esse é o racional por trás da nossa rede de scouts;
- Fundadores/Fundadoras que não tenham contatos para chegar na gente ou em nossos scouts podem nos contatar diretamente pelo [email protected]