Negócios

As 12 startups brasileiras aspirantes a unicórnio, segundo o Distrito

O Distrito mapeou as próximas startups com maior potencial de chegar a um valuation bilionário no país

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O Brasil é o país da América Latina com o maior potencial de unicórnios, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Distrito. Das 100 startups latinoamericanas com maior chance de crescimento, 50 são brasileiras. E, entre as Top 20 na região, 12 são do Brasil (veja a lista no fim da matéria).

O resultado já era esperado, considerando que o país tem o maior ecossistema comparado aos pares latinos, mas reforça a vocação local para inovação e tecnologia. Em seguida estão México, com três, e Argentina e Colômbia, com duas cada.

Entre as startups no Top20, as mais antigas são as brasileiras Petlove e Blip, fundadas em 1999. E a mais nova é a argentina Pomelo que, nasceu em 2021. “Isso demonstra que principalmente pós-crise tech as startups mais favoráveis a adquirirem o título de unicórnio precisam de tempo para atingir o status. Quando o capital circulava mais livremente no mercado era possível observar startups que atingiam valuations elevados rapidamente, como é o caso da Facily, que atingiu o status em menos de 2 anos”, aponta o relatório Corrida dos Unicórnios.

Mercado mais prudente

Segundo o documento, o ano de 2023 foi marcado por uma maior prudência e reavaliação no mercado, com aumento significativo dos chamados “down rounds”, ou seja, quando uma startup capta uma rodada
com uma avaliação menor que a rodada anterior. O resultado, ainda de acordo com o relatório, são startups evitando novas rodadas de financiamento, à espera de condições mais favoráveis. O venture capital, por sua vez, apesar de ter capital disponível, também se mostra menos disposto a alocar recursos rapidamente.

“Essa mudança é refletida também nos termos das rodadas de financiamento, que agora são mais rígidas, com valuations menores e objetivos mais claros. Há uma busca por avaliações mais conservadoras e estratégias de crescimento menos agressivas, com um foco em lucratividade e geração de caixa”, destaca o estudo do Distrito.

A redução na euforia do mercado não significa, porém, que não haja otimismo. A queda nas taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos contribuem para a volta da liquidez. Os valuations, que estavam inflados, devem permanecer em patamares abaixo do que era registrado há dois anos, mas para as startups que fizeram o dever de casa ao longo dos últimos anos existem oportunidades de captação.

O Distrito mapeou as startups com maior potencial de chegarem a um valuation bilionário em capital fechado, considerando alguns critérios. Entre eles, o alto nível de maturidade, com base em fatores como valor total de investimentos captados, faturamento presumido, número de funcionários e crescimento do número de funcionários. Além disso, potencial de crescimento, valor das últimas rodadas acima da média do mercado, e tempo que uma startup leva para progredir entre os estágios de investimento.

As 12 startups brasileiras com maior chance de se tornarem os próximos unicórnios:

Blip

Fundada em 1999, a martech Blip já captou US$ 170,6 milhões. É conhecida por sua plataforma de Inteligência Artificial (IA) que facilita a comunicação entre empresas e clientes por meio de aplicativos de mensagens como WhatsApp e Facebook Messenger. No fim do ano passado, demitiu 143 funcionários em uma “reestruturação”, para “manter o compromisso de crescimento e rentabilidade da empresa”.

Petlove

Fundada em 1999, a pet tech série C Petlove já captou US$ 222 milhões. Evoluiu para se tornar o maior petshop online do país, com 5,5 milhões de usuários mensais. Possui um programa de assinatura para produtos pet, digitaliza petshops e clínicas veterinárias com um marketplace. Também adquiriu outras startups, como a Nofaro. 

Órigo Energia

A energytech série D Órigo Energia já captou US$ 346,9 milhões e foi fundada em 2010. É pioneira no mercado de geração distribuída de energia solar, atendendo a mais de 100 mil clientes em diversos estados com acesso à energia solar para consumidores residenciais e empresas de pequeno e médio porte. 

Omie

Fundada em 2013, a fintech série B Omie já captou US$ 136,7 milhões e tem mais de 150 mil clientes. Oferece serviços de otimização contábil e gestão de vendas por meio de um ERP na nuvem.  

Cerc

Fundada em 2015, a fintech série C Cerc já captou US$ 119,5 milhões. Trata-se de uma registradora de recebíveis, duplicatas, entre outros.  

Solfácil

A startup Solfácil é pioneira no financiamento de instalações de painéis solares residenciais no Brasil. Fundada em 2018, a energytech série C já captou US$ 166,5 milhões. Recentemente, a companhia reposicionou o modelo de negócio para que, além dos financiamentos, passasse a oferecer também serviços de distribuição de equipamentos fotovoltaicos, monitoramento de projetos de energia solar, seguros e um programa de benefícios para os parceiros integradores.

Buser

Fundada em 2017, a startup série C do setor de mobilidade Buser já captou US$ 138,9 milhões. Trata-se de uma plataforma que facilita a organização de viagens de ônibus compartilhadas. Para 2024, tem o objetivo de crescer mais de 30%, sem a necessidade de aporte de capital. 

CRM&Bonus

Fundada em 2018, a martech série A CRM&Bonus já captou US$ 52,1 milhões. É uma plataforma de “giftback” que permite o controle em tempo real da entrega de benefícios aos consumidores. 

QI Tech

Fundada em 2018, a fintech série B já captou US$ 250 milhões. A plataforma de infraestrutura modular permite o desenvolvimento de soluções financeiras como crédito e pagamento via API. A QI Tech pretende acelerar seus planos de expansão por meio de aquisições e atingir um porte que lhe permita fazer um IPO em um prazo de 3 anos.

Stark Bank

Fundada em 2018, a fintech série B Stark Bank já captou US$ 60,4 milhões. Atende médias e grandes empresas com soluções bancárias digitais que incluem dashboards, gestão financeira e operações transacionais. 

Tractian

Fundada em 2019, a startup série B do setor industrial Tractian já captou US$ 65,7 milhões. Utiliza uma tecnologia que combina sensores e software para prever necessidades de manutenção antes de falhas ocorrerem. 

Mottu

Fundada em 2020, a startup série C do setor de mobilidade Mottu já captou US$ 110,4 milhões. A empresa oferece aluguel de motocicletas para entregadores independentes, além de crédito, seguro e manutenção.